Deputado quer vereadores de Cachoeiro e Vargem Alta expulsos do PL

Conforme aponta Callegari, os dois vereadores apoiaram candidatos que não fizeram parte da composição do PL no último pleito (2022).

28/03/2023 17:25
Deputado quer vereadores de Cachoeiro e Vargem Alta expulsos do PL /Foto: Montagem/ Jornal FATO.

Dois vereadores do Partido Liberal (PL), ambos do Sul do Estado, são alvos de um pedido de abertura de Processo Administrativo (PAD) por infidelidade partidária. Os pedidos são contra os vereadores de Cachoeiro de Itapemirim, Marcelo Fávero, e o de Vargem Alta, Wallaci Pizetta, foi entregue nesta segunda-feira (27) ao diretório estadual, que vai avaliar o documento apresentado pelo deputado estadual Wellington Callegari. A punição dos vereadores seria a expulsão do PL.

Conforme aponta Callegari, os dois vereadores apoiaram candidatos que não fizeram parte da composição do PL no último pleito (2022). Ou seja, não seguiram o projeto político do Partido. "Nossa intenção é limpar o partido. Não é interessante para o projeto político do PL ter pessoas que não seguem as diretrizes básicas do partido. Infidelidade partidária é intolerável e não podemos aceitar em hipótese alguma".

A infidelidade de Marcelo Fávero ao partido seria por apoiar a candidata Soraya Manato (PTB), que buscava sua reeleição ao cargo de deputada federal. Apesar de ser casada com Carlos Manato (PL), que concorreu ao governo do Estado, ela não estava incluída no projeto político do partido do marido, por fazer parte de outra coligação. Veja abaixo o vídeo utilizado pelo deputado para embasar a acusação:

 

O jornalismo do FATO teve acesso ao pedido de PAD contra Fávero, onde ele também é acusado de "infidelidade a promessas de campanha e até mesmo ataque político a colega de bancada". O colega, no caso, é o vereador Leo Camargo, que não teria recebido o voto de Fávero na eleição interna para a Presidência da Câmara Municipal de Cachoeiro, e ainda teria recebido ameaça de ser cassado (Fávero é corregedor da Câmara) por questionar publicamente o prefeito Victor Coelho, durante a participação em um podcast da região, quanto ao suposto mau uso de cargos comissionados pelo executivo.

Quanto a acusação ao descumprimento de promessas de campanha, o deputado aponta que o vereador, após ter prometido que lutaria pela redução dos salários pagos aos vereadores, "votou a favor de todas as medidas do Poder Executivo e da Mesa Diretora da Câmara para a criação de cargos comissionados, os quais incham ainda mais a máquina pública e são potenciais 'moedas de troca' entre executivo e legislativo no jogo político", conforme descrito no documento.

Em nota enviada ao jornalismo do FATO, Marcelo Fávero, afirmou que não recebeu qualquer notificação sobre o pedido de abertura de processo contra ele. Ainda assim, o vereador preferiu se manifestar acerca das acusações.

Sobre o apoio à deputada Soraya Manato, Fávero destaca que foi acordado com a majoritária do partido. "Ou seja, o candidato ao governo do Estado pelo PL, Sr. Carlos Manato, estava fazendo campanha com materiais de campanha junto à candidata Soraya Manato, com as fotos dos dois candidatos juntos, pois como sua esposa estava sendo apoiada pelo candidato a governador. Desta forma, meu apoio foi em comum acordo entre partidos, haja vista este esforço feito pelo PL para eleição do candidato Carlos Manato ao governo do Estado, no qual fui extremamente fiel", afirmou o vereador, que completou dizendo que Carlos Manato estava presente nos locais onde foram propagados os materiais de campanha de Soraya Manato.

Fávero negou ainda a existência de ameaça de cassação de mandato ao vereador Léo Camargo, seja em sessão ordinária, seja em qualquer outro local. "Se existem documentos que comprovam, por favor apresentem", desafiou o vereador.

Segundo ele, o ocorrido em sessão plenária foi um pedido do vereador Alexandre de Itaóca ao corregedor da casa para que se apurasse as falas do vereador Leonardo Camargo no podcast, em que acusa os vereadores de participarem de compra de votos, junto ao prefeito.

?Como corregedor, não poderia agir de outra forma, pois acusar os vereadores desta casa de atuarem com compra de votos sem provas é uma acusação grave que fere o decoro, a minha opção por acatar o pedido feito pelo vereador Alexandre Andreza Macedo não tem nada de errado. Eu agiria errado se não acatasse o pedido simplesmente por sermos eu e o vereador Leonardo Cleiton Camargo do mesmo partido", explicou.

Sobre a votação de mesa diretora, Fávero detalhou que é construída por composições dos parlamentares e que a candidatura do vereador Leonardo Camargo a presidente "não teve nenhum anuncio prévio, partiu de uma decisão particular e individual do mesmo, que resultou somente no seu próprio voto a ele mesmo".

Com relação ao projeto de redução dos salários dos vereadores, Fávero destacou a existência de uma ação, movida pela Ordem dos Advogados do Brasil, subseção Cachoeiro de Itapemirim, contra a Câmara Municipal a respeito do aumento do salário dos vereadores, que foi julgada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ/ ES), no final de fevereiro de 2021, dando ganho para a Câmara Municipal, portanto matéria vencida.

 

VARGEM ALTA

E o vereador Wallaci Pizetta responderá por apoiar Renato Casagrande, candidato de oposição do partido, que foi reeleito nas eleições de 2022. Veja abaixo o vídeo, apresentado pelo deputado, onde o vereador aparece junto ao prefeito de Vargem Alta e demais vereadores da cidade pedindo voto ao atual governador:

 

Em resposta ao jornalismo do FATO, o vereador Wallaci Pizetta afirmou que não foi notificado oficialmente sobre o caso e que se sente injustiçado. "Participei do evento na condição de convidado, não manifestei apoio a nenhuma candidatura na ocasião, como pode ser notado no vídeo. Essa gravação não representa minha escolha política. Creio que o deputado está levando para o lado pessoal, por eu não ter apoiado sua candidatura. Estou tranquilo, não faço política radical. Vou continuar com meus ideias de direita. Fiz campanha focada em Bolsonaro e Magno Malta. Me sinto injustiçado com essa acusação", declarou.