Deputado quer que adolescente assassino seja julgado como adulto

Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES) colhe assinaturas para apresentar PEC com objetivo de estabelecer emancipação penal compulsória de adolescentes que cometerem ato infracional análogo a crime doloso contra a vida

17/05/2023 14:31
Deputado quer que adolescente assassino seja julgado como adulto /Foto: Divulgação

Adolescente infrator acusado de assassinato deveria ser julgado como se adulto fosse. Em caso de condenação, começaria a cumprir a pena em casa de internação apropriada para menores. E, depois de atingida a maioridade, continuaria o cumprimento da punição no sistema prisional.

É o que defende o deputado federal Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES), que colhe assinaturas para apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com o objetivo de estabelecer a emancipação penal compulsória de adolescentes que cometerem ato infracional análogo a crime doloso contra a vida.

A emenda, explica o parlamentar, busca alterar o artigo 228 da Constituição Federal de 1988. ?Estabelece que, nos casos de atos infracionais de crimes dolosos contra a vida, o adolescente será emancipado penalmente de forma compulsória, estando sujeito às normas penais e processuais penais, com deveres equivalentes aos de adultos presos e adolescentes internados, até alcançar a maioridade penal?. Para a tramitação, são necessárias 171 assinaturas.

A justificativa para a proposta é possibilitar a responsabilização penal dos adolescentes que cometem crimes dolosos contra a vida de forma compulsória. Com essa alteração, segundo Linhalis, o adolescente infrator seria processado e penalizado como um adulto, de acordo com as normas previstas no Código Penal e no Código de Processo Penal, mas mantendo as garantias estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, desde que não sejam incompatíveis.

A penalização dos jovens infratores nos crimes contra a vida, reitera ele, ?baseia-se na premissa fundamental do sistema jurídico de que todos os indivíduos são responsáveis por suas ações. A sociedade espera que seus membros vivam em paz e respeitem as leis estabelecidas para garantir a segurança e o bem-estar de todos. Quando alguém comete intencionalmente um crime, especialmente um crime tão grave quanto um homicídio, essa pessoa deve ser responsabilizada por suas ações. Os jovens infratores não estão isentos dessa responsabilidade, embora possam receber medidas socioeducativas diferentes das aplicadas aos adultos?.

Isso, na visão do deputado, não significa que eles devam ser tratados como "incapazes" ou como "indivíduos sem consciência de seus atos", mas sim enfrentar as consequências legais apropriadas por suas ações, respeitando as garantias básicas estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

?Além disso, permitir que jovens infratores de crimes contra a vida fiquem impunes pode gerar um clima de impunidade na sociedade. Isso pode encorajar outras pessoas, incluindo jovens, a cometer crimes semelhantes sem medo de consequências legais. A falta de responsabilização leva a um ciclo de violência que afeta a todos na sociedade, aumentando consideravelmente a incidência de violência e o sentimento de insegurança entre os cidadãos brasileiros?, expõe Linhalis.

As penas, conclui o deputado federal, ?devem transmitir uma mensagem clara de que a sociedade não tolera a violência e que todos, independentemente da idade, podem ser responsabilizados por suas ações".