Cortes e condições da educação no País são questionados - Jornal Fato
Política

Cortes e condições da educação no País são questionados

Redução do orçamento federal para o MEC seria desproporcional a outras pastas segundo Iriny Lopes


- Foto: Ilustrativa.

Os cortes no Orçamento na pasta da Educação realizados pelo governo federal e a necessidade de melhoria das condições de ensino para os professores foram alguns dos temas abordados durante a sessão ordinária desta terça-feira (6) na Assembleia Legislativa (Ales)

A deputada Iriny Lopes (PT) destacou que em maio a União anunciou um corte de 30% nos recursos para a educação e que no último dia 30 de julho houve contingenciamento de outros 24%, o que significaria R$ 348 milhões a menos para investimentos na área. Ela      questionou o motivo de não existirem cortes proporcionais em outros ministérios.

"Na Agricultura o corte significou R$ 54 milhões, uma pasta voltada exclusivamente para o agronegócio, para a disseminação de agrotóxico e ampliação da desigualdade e morte no campo. Temos assistido a um retorno dos assassinatos das lideranças do campo, sejam elas dos movimentos sindicais, MST, pequenos agricultores ou lideranças indígenas", ressaltou.

Outro exemplo citado pela parlamentar foi o Ministério do Turismo, onde o contingenciamento foi na casa dos R$ 100 milhões. "Não é área fundamental e não tem garantias constitucionais como tem Saúde e Educação", reforçou. Para a petista, há um claro intuito do governo em beneficiar grupos considerados poderosos, como os ruralistas, em detrimento de áreas de alcance mais social.

"O senhor Abraham Weintraub (ministro da Educação) quer sufocar os institutos e universidades federais, que já estão sem recursos para pagar energia elétrica e manter atividades como limpeza, segurança e outras para facilitar o processo anunciado de privatização do ensino púbico de nosso país", afirmou.

Quem também tocou no tema educação foi o deputado Dr. Emilio Mameri (PSDB). O tucano lembrou que nesta terça se comemorava o Dia Nacional dos Profissionais da Educação, entretanto, na opinião dele, existem poucos motivos para celebrações.

"Ficamos na 53º posição em avaliação feita pelo Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa) em 65 países. Levantamento do IBGE apontou que 730 mil crianças entre 6 e 12 anos não estão matriculadas na escola. Além disso, o Brasil ainda conta com quase 12 milhões de analfabetos e mais da metade dos adultos entre 25 e 64 anos não chegaram a concluir o Ensino Médio", lamentou.

Segundo Mameri tais dados ajudam a explicar a realidade do Brasil, que figura entre os dez países com maiores índices de desigualdade no mundo. "A desigualdade precisa ser combatida e a maneira é através da educação. Ela é a única ponte que pode transformar a vida das famílias, só assim poderão mudar de patamar", assegurou.

Por fim, o deputado indicou como caminhos para avançar no campo educacional a melhoria das condições de trabalho dos professores, do salário deles e a realização de cursos de capacitação com esses profissionais.  "Venho de uma família de professores. Minha mãe foi professora e diretora de escola, tenho outras pessoas na família também e eu lecionei durante 40 anos. Estou na Comissão de Educação e conheço a realidade de nossa educação, precisamos virar essa página", disse.

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