Amanda:"Estamos seguros do caminho que vamos trilhar" - Jornal Fato
Política

Amanda:"Estamos seguros do caminho que vamos trilhar"

Amanda fala das realizações de seu governo e de projetos para o futuro


- Foto:Divulgação

Há seis anos a prefeita Amanda Quinta Rangel (PSDB) assumia um município politicamente em frangalhos. Recebeu o município das mãos de um interventor designado pela Justiça, após o prefeito que a antecedera e boa parte da Câmara, inclusive o presidente, serem afastados dos cargos.

De lá para cá, muito trabalho. Amanda conseguiu restabelecer a normalidade administrativa e a segurança jurídica. Se reelegeu e chega à metade do segundo mandato. Quando olha para trás, percebe o quanto o município avançou em sua administração. Mas, com demandas de décadas, ao olhar para a frente, sabe que há ainda muito a fazer e tem consciência de que realiza tudo o que é necessário.

Nesta entrevista exclusiva, ela fala das ações de seu governo em diversas áreas, da visão política e das prioridades para o futuro. Confira:

 

FATO - Prefeita, são seis anos no comando de Presidente Kennedy. Estamos encerrando mais um ano e qual a sua avaliação desse período?

Amanda Quinta Rangel - Olha, Wagner. Você acompanha nossa história desde o início e certamente se lembra de como encontramos esse município. Tivemos que tratar todos os problemas que herdamos, um por um. Olha o preço que a população teve que pagar todos esses anos. Sabíamos que não iríamos conseguir mudar tudo da noite para o dia, mas, junto com a população, definimos o que era prioridade para começarmos a trabalhar. Sabemos que ainda há muitas coisas por fazer, algumas delas, inclusive, já deveriam ter sido feitas há décadas, mas nós estamos cientes de cada necessidade do município, e temos feito tudo o que é necessário. Vai levar um tempo, mas olhando para trás a gente sente orgulho por ter feito as coisas de maneira correta.

 

Presidente Kennedy vive o dilema de ser município rico por conta dos royalties, mas de baixa arrecadação de outras fontes, o que atrapalha até mesmo o pagamento de salários aos servidores. O que tem sido feito para mudar esse quadro?

Estamos atuando para criar um ambiente de negócios que dificilmente será encontrado em outra região do Espírito Santo. De forma prática, aprovamos o Plano Diretor Municipal (PDM); vamos criar uma área industrial; também iremos lançar a lei de incentivo fiscal; temos o Fundesul Presidente Kennedy; e, além de tudo isso, estamos investindo pesado na Saúde, Educação e Infraestrutura, para que os atuais e futuros investidores encontrem em Presidente Kennedy tudo o que é necessário para desenvolverem suas atividades econômicas aqui.

 

Quando a senhora fala em investir na Saúde, Educação e Infraestrutura, como exemplificar?

Veja bem. Na Saúde, temos a melhor farmácia municipal, com mais de 300 medicamentos padronizados e entregues gratuitamente para a população; mantemos em dia os convênios com os hospitais da região para garantir atendimentos; os Postos de Saúde da Família funcionando regularmente; temos atendimentos odontológicos para crianças e adultos; estamos com o projeto do novo Pronto Atendimento Municipal pronto e em 2019 vamos publicar o edital para começarmos as obras; ambulâncias e UTIs móveis estão disponíveis para atender todas as comunidades; enfim, são muitas ações. Na Educação, nossos profissionais têm remuneração acima do que vemos na nossa região; realizamos recentemente o concurso público; reformamos 12 escolas; construímos duas creches; estamos construindo uma nova e enorme escola em Marobá e ano que vem vamos publicar o edital para construir uma grande escola na sede para funcionar com educação de tempo integral.

 

Mais um ano se encerra com a expectativa ainda não atendida de ver, finalmente, as obras do Porto Central começarem. Como está esse processo e como a prefeitura tem atuado?

A prefeitura não mede esforços para colaborar e ajudar no que for possível para agilizar esse processo. É um empreendimento 100% da iniciativa privada, do qual somos entusiastas, então, em relação ao início das obras e outras questões que demandam investimento, quem pode falar com precisão é a diretoria do Porto.

 

O município é, talvez, o único no estado em que o cidadão possa fazer da creche à formação superior sem pagar nada. Como funciona esse sistema e qual tem sido o impacto disso na Educação?

Olha, além de todo o investimento feito na creche e educação básica, temos o Programa de Desenvolvimento do Ensino Superior e Técnico, o Prodes, que, atualmente, contempla cerca de 900 kennedenses com bolsas integrais nas universidades credenciadas no município, em diversos cursos, como medicina, educação física, psicologia, enfermagem, direito, pedagogia, e tantos outros. O Prodes investe também em pós-graduação, mestrado e doutorado, todos com bolsas integrais. Todos esses estudantes, em contrapartida, fazem estágio obrigatório no município e também colaboram com pesquisas direcionadas para nossa região com os Trabalhos de Conclusão de Curso. Considerando que a nossa população é de pouco mais de 11 mil habitantes, acreditamos que em pouco tempo teremos um índice enorme de cidadãos qualificados e prontos para o mercado de trabalho.

 

Outra vertente importante tem sido a capacitação de mão de obra. Os kennedenses já estão preparados para o desenvolvimento previsto para os próximos anos?

Como disse anteriormente, o Prodes é uma ferramenta fundamental para isso. Estamos capacitando nossa população para estar qualificada para ocupar as vagas de emprego que vivemos a expectativa de receber. Além das bolsas de estudo nas faculdades, temos feito também cursos técnicos de diversas áreas em parceria com o Sebrae e Senar, como panificação, eletricista, mecânico, enfim. Então, quem está antenado, está aproveitando as oportunidades para se qualificar e garantir uma vaga no mercado de trabalho.

 

A senhora enfrentou batalha forte para fazer valer a visão de que a Prefeitura precisa financiar investimentos privados, através do Fundesul. Kennedy é, até agora, o único município a aportar recursos no Fundo. Valeu a pena?

Valeu a pena, sim. Porque o Fundesul faz parte de todo esse plano de ação para criar um ambiente de negócios em Presidente Kennedy. Imagina você, Wagner, uma cidade que tem área enorme para as empresas, inclusive, para as indústrias, com incentivo fiscal, posicionamento geográfico favorável, porque está próxima da BR 101, com estrutura na educação e saúde, e ainda infraestrutura de qualidade, com rodovias novas e diversas comunidades urbanizadas com calçamento, drenagem, iluminação de led, calçadas, rede de água e esgoto, e, além disso tudo, a oportunidade de uma linha de crédito que vai de R$ 50 mil a R$ 20 milhões, com os menores juros do mercado?! É isso que estamos fazendo em Presidente Kennedy!

 

Desde o início desta gestão, houve dificuldades para fazer avançar as obras, devido a questionamentos no Tribunal de Contas. Nos últimos tempos, vemos a retomada dessas construções. Significa que os nós foram desatados?

Estamos com obras em todas as áreas. E, realmente, enfrentamos dificuldade no início, porque, como já dissemos, encontramos um município chafurdado em problemas. Mas não há um problema sequer que, se já não foi tratado, não esteja sendo. Olha a questão do saneamento, por exemplo. Nosso planejamento é alcançar todo o município com rede de água e esgoto. Retomamos a obra na avenida Orestes Baiense e estamos construindo uma nova rodovia de acesso ao município, que liga a BR 101 a sede. Estamos atuando em todas as frentes, investindo em todas as áreas, dialogando constantemente com a população e contando com o apoio de quem torce por uma Presidente Kennedy cada vez melhor.

 

A Prefeitura fez planejamento estratégico denso sobre a agricultura. Quais os principais ganhos para o agricultor kennedense?

A Agricultura é o setor que mais emprega e é responsável por cerca de 70% da nossa arrecadação própria. Temos programas para eletrificação rural; distribuição de calcário; recuperação de pastagens com entrega de sementes de capim; hora máquina gratuita; distribuição de ração para o gado; 20 tratores agrícolas; construímos mais de 400 mata-burros; e temos o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura, que é o Pedeag, um planejamento técnico rico em informações para trabalharmos com o setor.

 

A Prefeitura tem realizado muitas entregas de imóveis populares. Qual o tamanho desse projeto habitacional? O objetivo é zerar o déficit de moradias?

Nosso objetivo é zerar o déficit habitacional. O Loteamento de Interesse Social é mais um importante programa para atender quem mais precisa. Temos hoje em construção 66 unidades habitacionais na comunidade de São Paulo e mais 60 em Santo Eduardo; entregamos em 2017, 40 casas em Marobá, 36, em Jaqueira, e, este ano, foram entregues mais 24 em Jaqueira e outras 13 em Marobá e mais duas na sede. São casas lindas e que mudam a vida das pessoas. A assistência social hoje é com foco na emancipação das pessoas, com atendimento criterioso e uma política verticalizada com o Sistema Único de Assistência Social.

 

Qual considera o principal feito desta sua segunda gestão até agora?

É difícil eleger apenas um feito, porque cada um tem a sua importância e um lugar muito especial no meu coração, desde a ação mais simples, até uma grande obra. Mas acredito que o nosso grande feito seja escrever uma nova história para Presidente Kennedy. É difícil virar uma página, quando um passado insiste em querer assombrar a população. Quando olhamos para frente, estamos seguros do caminho que vamos trilhar, porque decidimos tudo dialogando com a população, e quando olhamos para trás vislumbramos uma série de superações que fizeram tudo valer a pena.

 

O que é prioritário para 2019?

Nossa prioridade é consolidar esse ambiente de negócios que conversamos. E, para isso, precisamos concluir a construção da rodovia que liga a BR 101, na altura do posto Caju, a sede; publicar o edital para construção do novo PAM; concluir a escola de Marobá e construir uma nova na Sede; acelerar as obras na avenida Orestes Baiense; e todas as outras ações que já citamos, como o PDM, área industrial, lei de incentivo fiscal. É continuar trabalhando. Nós enxergamos todas as necessidades do município e, aos poucos, vamos atendendo todas.

 

Para finalizar, Presidente Kennedy saiu de primeiro lugar com maior PIB per capta do país, caindo para 17°. O que levou essa queda e qual a avaliação da senhora sobre esses números? É para se preocupar?

Isso acende o nosso sinal de alerta. Na verdade, sempre pontuamos em nossas falas que os royalties são recursos finitos. A gente sabe que um dia o município vai parar de recebê-los. Por isso a importância de administrar bem o que temos, pensando lá na frente. Acreditamos que caímos nesse ranking por conta da crise internacional em 2016, que afetou o preço do barril do petróleo e isso acabou nos afetando. Mas, hoje, temos utilizado o rendimento dos royalties aplicados nos bancos para compor o orçamento, sem perder nossa capacidade de investimento e garantindo que os recursos continuem em caixa. É importante pensar em alternativas. Os royalties são uma grande oportunidade de formular ações para termos um município cada vez mais desenvolvido e com autonomia para caminhar em situações adversas que eventualmente estejamos sujeitos. E é isso que temos feito.

 

 

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