Principal puxador de votos do MDB nas últimas eleições, o médico Adail Edmundo Lima está de malas prontas para deixar o partido, onde se sente desprestigiado. Ele foi alijado da chapa eleita para comandar a sigla pelos próximos dois anos e não foi incluído na executiva municipal, após deixar a presidência.

"Estou com o pé no estribo. Ainda não entreguei minha carta de desfiliação, mas o farei em breve. É irreversível. Não quero criticar ninguém, mas não tenho condições psicológicas de permanecer no partido. Saio após 33 anos, com votações expressivas, mas que não foram suficientes para pessoas que vão permanecer e com as quais não tenho condições de conviver", lamenta.

Adail começou sua militância no então PMDB há mais de três décadas. Até hoje, o único partido a que se filiou. Pela sigla, exerceu mandato de vereador no final dos anos 90, e já foi presidente em duas ocasiões, a última encerrada no sábado, dia em que ocorreu convenção para a escolha dos novos dirigentes, tendo como presidente o jovem advogado Rogério Athayde.

"Falaram em renovação, mas que renovação há com um vice-presidente de 70 anos? Simplesmente não me queriam. Vou procurar outro lugar. A luz há de brilhar novamente, outro dia".

O político teve 1059 votos para vereador em 2016, mas não se elegeu por incapacidade do MDB em se coligar. Foi um dos mais votado no município ano passado, na eleição para deputado estadual, quando angariou 4.758 votos. Já é cobiçado por outras siglas.

Ele conta que desde a fatídica convenção, já recebeu mais de dez telefonemas com convites de filiação. Ele vai analisar para escolher qual caminho seguir. Mas espera encontrar um partido em que se sinta valorizado.

A saída de Adail é ato pessoal, mas não será isolado. O resultado da convenção também desagradou outros militantes históricos que nos próximos dias pretendem também se desfiliar.