Um ano após greve, 30 PMs foram indiciados - Jornal Fato
Polícia

Um ano após greve, 30 PMs foram indiciados

Existem ainda outros 106 Inquéritos Policiais Militares em tramitação no Ministério Público


Em Cachoeiro, a paralisação deixou o caminho livre para saques a lojas no centro da cidade /9Foto: Divulgação)

Um ano depois da greve, 106 Inquéritos Policiais Militares (IPMs) estão em andamento, enquanto outros 25 já foram concluídos. Do total de IPMs encerrados, o Ministério Público do Espírito Santo ofereceu 14 denúncias que envolvem 30 militares, sendo oito oficiais e 22 praças. O trabalho foi realizado por Força-tarefa e Promotoria de Justiça da Auditoria Militar.

 

Iniciada em 3 de fevereiro, a manifestação que durou 22 dias provocou onda de violência que resultou em mortes, saques, caos, interrupção de aulas e fechamentos de muitos comércios, tirou a paz dos capixabas.

 

Um relatório do MPES, atualizado até o final de janeiro, foi divulgado nesta quinta-feira (08) e revela ainda que já foram oferecidas à Justiça 1.087 ações penais referentes a crimes cometidos durante o movimento dos militares. Desse total, foram oferecidas 76 ações penais que tratam de homicídios cometidos durante a paralisação, o correspondente a 36% do total.

 

São números acima da média de esclarecimentos de casos de homicídios no país, que gira em torno de 15%, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

 

Em relação aos cinco casos registrados de ataques a ônibus, três foram denunciados e representados à Justiça, e os outros dois foram arquivados por desconhecimento de autoria. O MPES também apresentou à Justiça 172 ações penais referentes a roubos e 154 ações penais por casos de furtos praticados em fevereiro, durante o movimento paredista.

 

Força tarefa

 

Criada em março de 2017, com o objetivo de acompanhar e participar das investigações dos ilícitos cometidos durante a paralisação da Polícia Militar, a força-tarefa priorizou, inicialmente, a apuração dos homicídios consumados, dos incêndios de ônibus, latrocínios, ações das mulheres e parentes de policiais e crimes militares.

 

Logo no início da paralisação, o MPES constituiu um comitê de gestão de crise, composto por promotores e procuradores de Justiça, que trabalharam para solucionar os impasses e garantir a proteção da sociedade, tomando medidas judiciais e extrajudiciais, inclusive com o emprego constante de técnicas de mediação, promovendo o diálogo entre os envolvidos.

 

Principais números do relatório:

Total de ações ajuizadas: 1087

 

Força-tarefa

- Homicídios: Ações Penais ajuizadas pelo MPES: 76

- Roubos: Ações Penais ajuizadas pelo MPES: 172

 - Furtos:  Ações Penais ajuizadas pelo MPES: 154

- Ataques a ônibus: Dos cinco casos, três foram denunciados e representados e dois arquivados por desconhecimento de autoria.

- Latrocínios: três denúncias (dois outros Inquéritos Policiais foram concluídos em novembro e resultarão em denúncias). Três casos ainda estão sob investigação.

 

Promotoria de Justiça junto à Vara da Auditoria Militar

- 106 Inquéritos Policiais Militares (IPMs) em andamento

- 25 IPMs concluídos

- 14 denúncias oferecidas à Justiça

- 30 militares denunciados - oito oficiais e 22 praças

Comentários