Preso suspeito de matar agente penitenciário

Carioca é acusado de mais três assassinatos ocorridos este ano, quando ainda era menor de idade

02/12/2014 00:00
Preso suspeito de matar agente penitenciário

 

Máteria e fotos do site Martimba.com

A prisão de Gabriel Silva Viana, o Carioca, 18 anos, em Marataízes, pode colocar fim a sequência de assassinatos na região. Todos atribuídos a ele. O último, e pelo qual foi preso em flagrante, é o do agente penitenciário Robson Brum, 43 anos, morto na tarde de segunda-feira, quando chegava à casa em que morava, em Itapemirim. Além desse, outro três homicídios são atribuídos a Carioca.

O jovem foi capturado já no início da madrugada de ontem. Estava escondido na casa de um amigo, Dione Henrique Polonini Lopes, 19 anos, na chamada Rua da Bacia. Ele também foi detido, em operação que envolveu policiais até do Rio de Janeiro. Porém, a polícia o liberou depois de ouvir seu depoimento.

Na batida foi apreendida a suposta arma utilizada no crime (revólver calibre 38) e uma pistola ponto 40, que pertencia ao agente penitenciário e teria sido levada pelo acusado. A polícia também apreendeu um telefone celular e vai periciá-lo.

 

O crime

O agente penitenciário Robson Brum foi executado a tiros na frente de sua mulher no bairro Nametala Ayub, em Itapemirim, em plena tarde. O crime aconteceu por volta das 14h30 de segunda-feira.

Ele acabara de chegar de táxi, em companhia da esposa, ao bairro onde residia, quando foi surpreendido pelo atirador, que surgiu de bicicleta e efetuou vários disparos em sua direção.

Robson foi atingido na cabeça e morreu na hora. Imediatamente, o assassino rendeu o taxista e o obrigou a dirigir em fuga. A mulher já havia saído do carro.

 

Confissão e enterro com honras 

Ontem à tarde, Gabriel Viana, o Carioca, e Dione Lopes prestaram depoimento na delegacia de Itapemirim sobre o assassinato do agente penitenciário.

No mesmo horário, em Cachoeiro, a vítima era enterrada, com honras militares. O caixão foi levado sobre viatura do Corpo de Bombeiros em carreata, com participação de dezenas de viaturas policiais e veículos particulares, pelas ruas do Centro ao cemitério do bairro Coronel Borges, onde Robson foi sepultado após salva de tiros.

Enquanto isso, em Itapemirim, de acordo com o delegado Edson Lopes Júnior, Carioca confessou o crime. Alegou ter planejado assalto, disse que conhecia a vítima, mas não sabia que era agente penitenciário. A versão não convenceu a Polícia Civil.

Ele está encarcerado no centro de detenção provisória (CDP) de Marataízes, onde aguarda julgamento.

Segundo o delegado, o taxista, a princípio, não será indiciado. Ele alegou ter ficado com medo de denunciar os criminosos.

 

Carioca é acusado de outras três mortes 

Gabriel Viana, preso na madrugada de ontem em Marataízes, como autor do assassinato do agente penitenciário Robson Brum, é investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Vida de Cachoeiro (DCCV) por mais três homicídios.

Segundo a Polícia Civil, Gabriel - juntamente com Lucimar Viana, o ?Nego Bala?, e um terceiro criminoso - teria matado a tiros o motoboy Paulo Arthur Lourenço da Silva, de 25 anos, na noite de 18 de fevereiro deste ano, na porta da lanchonete onde a vítima trabalhava, localizada no bairro Zumbi.

A polícia ainda aponta que Gabriel, em companhia de comparsa cujo nome não fora mencionado, teria assassinado Daiane Batista, de 20 anos, também à bala, na madrugada de 04 de março, no bairro Zumbi, quando voltava de festa de carnaval no centro da cidade.

O outro crime atribuído a Carioca é a morte de Fábio Abreu Ferreira, 32 anos, o ?Fabinho Favela?, na tarde de 15 de agosto, em um bar no bairro Basílio Pimenta, também em Cachoeiro.

A Polícia Civil revelou que Gabriel é oriundo do Rio de Janeiro (daí o apelido) e não tinha local de moradia fixo em Cachoeiro, o que dificultou sua prisão, sem contar que ele atingiu a maioridade há pouco tempo.

Apesar de toda a violência, vai responder ? pelos três primeiros assassinatos - como adolescente em conflito com a lei, cuja pena máxima pode atingir três anos de internação, segundo o delegado Edson Lopes Júnior.