PM preso com transmissão ao vivo é internado
O soldado Nero Walker da Silva Soares, preso desde sexta-feira (16), foi internado domingo (18) no hospital Adauto Botelho, em Cariacica, após surtar, segundo a PM
Foto: Reprodução/Facebook
O soldado Nero Walker da Silva Soares, preso desde sexta-feira (16), foi internado domingo (18) no hospital Adauto Botelho, em Cariacica. A Polícia Militar alega que ele teve um surto no cárcere.
A prisão ganhou notoriedade depois que o soldado a transmitiu ao vivo, em uma rede social, direto de sua casa, no bairro Amarelo, em Cachoeiro.
Segundo a PM, o militar precisou ser encaminhado ao hospital psiquiátrico quando "apresentou sinais de descontrole emocional e agressividade". As providências que serão adotadas a partir de então, dependem da conclusão do laudo médico.
O advogado da Associação de Cabos e Soldados, Tadeu Andrade, disse à imprensa que a prisão do soldado diz respeito às suas postagens nas redes sociais, que foram entendidas como atos de perturbação da ordem interna da corporação e, consequentemente, da ordem pública.
Segundo Tadeu, as postagens foram entendidas como um desrespeito a um superior hierárquico, por haver críticas a autoridades como o governador Paulo Hartung, o secretário de Segurança, André Garcia, e o comandante da PM, coronel Nylton Rodrigues.
Greve
Soldado Nero é um dos policiais que está respondendo inquérito de Polícia Militar (IPM) aberto contra PMs logo após o movimento grevista ocorrido em fevereiro desse ano.
Na época da manifestação, um vídeo ao vivo postado por Nero viralizou nas redes sociais. Com o aparelho celular ligado, ele abordou uma repórter da TV Gazeta que cobria o protesto de familiares no portão do 9º Batalhão da PM, em Cachoeiro.
Já no vídeo de sua prisão, o soldado começa a gravar ainda dentro de seu apartamento, enquanto do lado de fora os policiais o chamam. Ele desce para atender aos PMs, entre eles, o tenente coronel Alessandro Marin.
Do lado de dentro do portão, exige que seja lido o mandado de prisão. Só depois, ele abre.
Irmãs
Também em transmissão ao vivo em rede social, duas irmãs do soldado criticaram a sua prisão, no começo da tarde de domingo (18), antes do surto, direto do presídio do Quartel do Comando Geral da PM do Estado, em Vitória, para onde ele foi conduzido.
"O local é precário. A situação não é legal. Está difícil para ele, que não é acostumado a ficar recluso", diz a irmã mais velha. "A gente viu ele lá dentro. Está para baixo. Está chocado com toda essa situação, porque até agora, nós não sabemos em que artigo o Nero foi enquadrado", completou.
Segundo a mulher, o advogado que cuida do caso já está providenciando recursos para que o soldado possa responder em liberdade. "Isso a gente acredita que não vai durar muito tempo. Logo, logo ele estará aqui fora", disse a outra irmã.
