PM prende mentor de fraude bilionária - Jornal Fato
Polícia

PM prende mentor de fraude bilionária

Anderson Maifrede é apontado pelo MPES como chefe de esquema que sonegou mais de R$ 1,5 bilhão no setor de rochas


 

Wanderson Amorim - [email protected]

 

A Polícia Militar prendeu na tarde de domingo, no distrito de Soturno, em Cachoeiro de Itapemirim, Anderson Moreira Maifrede, 45 anos, conhecido como "Sansão", apontado pelo Ministério Público Estadual (MPES) como mentor do esquema que sonegou mais de R$ 1,5 bilhão em impostos no setor de rochas ornamentais no Sul do Estado.

 

Anderson estava com a prisão decretada pela Justiça deste o dia 11 de novembro do ano passado, data em que o MPES, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Cachoeiro de Itapemirim, a Receita Estadual, a Receita Federal e a Polícia Militar deflagraram em Cachoeiro e Muqui a Operação "Âmbar", para desarticular uma organização criminosa. Na época, 13 pessoas foram presas, mas ele não foi localizado, sendo considerado foragido.

 

A reportagem tentou contato por diversas vezes com o comandante do 9º Batalhão, Coronel Alessandro Marins e com o mandante da 1ª Cia, Capitão Nério, para obter detalhes da prisão de Maifrede, mas as ligações não foram atendidas.

 

Sansão foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro, onde está à disposição da Justiça.

 

 

O esquema

De acordo com auditor fiscal da Receita Federal, Ivon Pontes Schayder, o esquema de sonegação de impostos começou a ser investigado em São Paulo, e nas apurações, que começaram no início do ano passado, descobriu-se que um grupo organizado atuava na fraude desde 2011, no Espírito Santo, na região sulina, utilizando empresas de fachada para emissão de notas fiscais que lastreavam operações de venda de mármore e granito para todo o território nacional.

 

O esquema era capitaneado por grupo de operadores que recebia comissões de empresários locais a fim de ocultá-los nas operações de compra e venda, transferindo suas obrigações tributárias a empresas laranja.

 

A partir dos fatos constatados, as informações foram encaminhadas ao Gaeco, que também adotou medidas investigativas, apurando, em tese, a prática dos crimes de sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

 

Schayder revela que pelo menos 481 empresas tiveram seus registros cassados no Estado por serem laranja no esquema que sonegou mais de R$ 1,5 bilhão.

 

Empresas

O Gaeco esteve na época da operação Âmbar nas empresas: Serraria Ouro Verde, Wingramar Granitos e Mármores, Panamerica do Brasil Administração, Fiori Pedras Mármores e Granitos, Grancel Granitos e Mármores, Lava Jato Soturno e Escritório do Núcleo Gallo ALS Mármores e Granitos Eire, onde blocos e chapas de rochas ornamentais foram apreendidos.

 

Presos

Na época foram presos na ação Júlio César Vingler Brittes, José Alexandre Leal Sant?Anna, Silvana Mara Louzada de Souza, Adriano Cândido de Jesus, Adilson Gallo Carvalho, Alex da Silva Gallo, Monica Valéria da Silva Oliveira, Cidmar Moreira Andrade, Wilson Marques Neto, Eraldo Bacher Wingler, Mauro Valdo Pansini, Celso Tirello dos Santos e Marcelo Antônio Ribeiro da Silva.

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