Foto Alessandro de Paula
Redação
Na recepção da 7ª Delegacia Regional de Polícia, enquanto aguardava o cobrador prestar depoimento, o motorista de 44 anos relembrou, para os policiais, o sufoco que passou dentro do ônibus durante o tiroteio, que deixou grávida morta e policial ferido.
?Os tiros começaram lá dentro. Depois, ele (o bandido) desceu e continuou a atirar. Coloquei as mãos na cabeça e me abaixei. Só via cacos de vidro caindo?, comentou.
O motorista explicou aos policiais que ficou muito nervoso e chegou a confundir as chaves na hora de abrir a porta para o bandido descer, conforme ele havia ordenado. ?Quase que ele me mata. Estava nervoso. Ele gritava abre a porta, abre a porta. Achei que isso nunca iria acontecer comigo?, destacou.
O profissional ressalta que a morte da mulher grávida o deixou muito chocado. ?Ela estava grávida. Antes do tiroteio, percebi que todo instante ela colocava a mão na barriga. Estava bem perto de mim. A imagem dela ferida acabou comigo?, lamentou.
Ele disse que não se lembra dos rostos dos criminosos, mas que chegou a desconfiar deles, quando embarcaram. ?Eles estavam com roupa social, mas parecia algo errado. Não pareciam acostumados a usar esse tipo de roupa. Se somente roubassem, levassem tudo, a gente corria atrás e comprava de novo. Mas quando tem uma morte, isso muda tudo?, ressaltou.