Guarda e PM se juntam em Cachoeiro para tentar frear onda de crimes - Jornal Fato
Polícia

Guarda e PM se juntam em Cachoeiro para tentar frear onda de crimes

A expectativa é acabar com a farra dos criminosos, que roubam de tudo, em qualquer lugar e horário


Ontem, casal que saiu para pagar as contas foi assaltado por bandidos armados na Ponte de Ferro - Foto: Divulgação

É cada vez mais difícil se sentir seguro nas ruas de Cachoeiro de Itapemirim. Embora as estatísticas oficiais possam apontar para a queda progressiva do número de crimes, principalmente assassinatos, nunca esteve tão evidente o quanto a população está à mercê de assaltantes.

Na tentativa de reagir, começou ontem a operação entre Agentes da Guarda Municipal e policiais militares para combater os crimes na cidade. A ação também acontecerá hoje e amanhã. A abordagem será feita pelos bairros, começando pelo Independência. Na ação de hoje, são 10 viaturas e 29 homens/mulheres, entre guardas municipais, agentes de trânsito e militares.

A expectativa é acabar com a farra dos criminosos, que roubam de tudo, em qualquer lugar e horário. Os flagras diários da atividade criminosa pelas câmeras de vídeo-monitoramento levam a sensação de insegurança para as telas dos computadores e dispositivos móveis. Geram revolta e medo.

Um casal foi assaltado na manhã desta quarta-feira (20) na Ponte de Ferro, no bairro Aquidaban. Mariana Carolina Mayer e Augusto Heitor Ferreira haviam voltavam para o carro, após pagar conta, quando contam que passaram pela escadaria na Ponte de Ferro, para cortar caminho até a Samuel Levy, onde deixaram o carro estacionado. Avistaram dois indivíduos. "Eles sacaram duas armas e puxaram os dois celulares que estavam na minha calça e saíram correndo pela mesma rua, mas no sentido contrário (ao trânsito)", afirma.

DESABAFO

Na semana passada um comerciante viralizou com seu desabafo nas redes sociais, após mais um assalto a seu estabelecimento, no qual, dessa vez, os bandidos levaram a aliança de sua esposa.  Num vídeo em que mostra com veemência a sua indignação com os políticos e recomenda à polícia que pare qualquer motocicleta que transporte dois homens, características comuns de assaltos recentes.

Não se passaram dois dias até que dois assaltantes de moto fizessem nova vítima, em plena rua Monte Castelo, na região central de Cachoeiro. A câmera registra o momento em que o que estava na garupa desce no meio da rua, vai até a calçada onde a vítima manuseava um celular e arranca o aparelho das mãos dela, fugindo em seguida, ante o olhar de transeuntes congelados.

IMPUNIDADE

Normalmente, esses criminosos jamais são identificados e o que roubaram, nunca é recuperado. Nas raras ocasiões em que são reconhecidos e presos, como em assalto a mão armada a uma sorveteria no bairro Vila Rica, o máximo que ocorre é um passeio até a delegacia, onde, mesmo apontado como autor de diversos assaltado pelas vítimas, o criminoso é posto em liberdade logo em seguida. Nada acontece. Essa é a lei.

A estatística de recuperação de veículos roubados é um pouco melhor, mas nada que intimide a livre ação dos marginais. Até porque, raramente são presos. E são eles, na maioria das vezes, para usar o jargão policial, quem "dispensam" os veículos depois de utilizá-los para o fim desejado, muitas vezes novos assaltos. Os roubados sob encomenda, normalmente, desaparecem.

DESCRENÇA

Além disso, a população ainda enfrenta problemas com a demora no atendimento. Mariana, assaltada nesta quarta, conta que ligou para a polícia logo após o crime, mas, meia hora depois, a viatura ainda não havia chegado. "Depois de tanto esperar pedi o telefone de outra moça emprestado para ligar de novo e eles chegaram logo depois, ficaram de fazer ronda e procurar, fizemos a ocorrência agora é entregar nas mãos de Deus", diz.

O descrédito na resolução dos casos também é crescente. Ela, por exemplo, não acredita na recuperação dos aparelhos, mas espera que a ocorrência feita ajude a evitar que aconteça com outras pessoas e para que exista um maior policiamento naquela região. Mas, nem todos agem assim. Boa parte das vítimas, descrentes nas investigações e na justiça, já sequer registra a ocorrência.

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