Criança já havia reclamado de agressão física - Jornal Fato
Polícia

Criança já havia reclamado de agressão física

O motivo do padrasto ter agredido Luiz Gustavo dos Santos, de nove anos, foi uma maçã


Durante as investigações sobre a morte do menino Luiz Gustavo dos Santos, de nove anos, há três semanas, no condomínio Otílio Roncete, no bairro Gilson Carone, em Cachoeiro de Itapemirim, a Polícia Civil descobriu que a vítima chegou a reclamar de agressão com a avó.

De acordo com o que foi apurado, a polícia teve acesso ao celular da Tamires Fonseca, mãe do menino, e encontrou uma conversa no WhatsApp com Giuliano Ribeiro, padrasto, em que revela que o garoto reclamara com a avó de agressão por parte dele. O motivo teria sido uma maçã.

 

Confira:

Tamires: Luiz Gustavo reclamou com a avó que você apertou o pescoço dele por causa de uma maçã e, depois, deu 50 reais para ele ficar quieto. Quero chegar em casa e saber quem está falando a verdade! Pra que o dinheiro? Vou pegar ele e levar no conselho tutelar para irmos lá em casa e ele ter que falar a verdade.

Giuliano: Pode chamar o conselho tutelar mesmo, eu estou doido que chame mesmo. Quero ver de onde essa história de 50 reais saiu. 

O casal se mostrava mais preocupado com a afirmação do garoto que teria recebido R$ 50,00 para não revelar, do que com a agressão em si. 

A mãe e o padrasto foram presos na manhã desta quarta-feira (07), em Vargem Alta.

Segundo a Polícia, os suspeitos tentaram caracterizar a morte do garoto como suicídio. No entanto, conflitos nos depoimentos, que foram alterados diversas vezes, e ferimentos no corpo de Luiz Gustavo, compatíveis com severas agressões antes da morte impediram que a versão prosperasse. 

 

Família

 Familiares de Luiz Gustavo relatou que o padrasto e o enteado não tinham uma boa relação.

Ele não se dava bem com o menino"

"Esperamos por 20 dias para ter a resposta. Fui mãe e avó dele, pois o criei até os cinco anos, para que ela pudesse trabalhar e sustentá-lo. Depois disso, ela (Tamires, sua filha) quis pegá-lo, quando arrumou esse homem e quis morar com ele. E eu entreguei. A relação dela com o marido não era muito boa. Havia discussões constantes. A relação deles já dura oito anos. Ele também não se relacionava bem com a criança. Na última vez em que ele (o neto) esteve na minha casa, uns 15 dias antes do acontecimento, me pediu para morar lá, mas não disse o motivo do pedido. Mas, por eu ser sozinha e trabalhar, não tinha como acolhê-lo, pois não poderia deixá-lo sozinho".

Danila dos Santos, 49 anos, avó materna

 

"A dor não tem explicação"

"Ninguém tem noção do que nós estamos passando. Só Deus para nos proteger e dar força para a gente continuar em pé, lutando por Justiça, que, temos fé, vai acontecer. Foram 20 dias de angústia e desespero. A dor não tem explicação".

Amparo Costa, 65 anos, tia-avó paterna

 

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