Adolescente investigado por posse de material Nazista no ES

Comunicado sobre caso pela Polícia Civil, Conselho Tutelar aciona Vara de Infância e Juventude, sugerindo ato infracional análogo a racismo

02/10/2024 13:12
Adolescente investigado por posse de material Nazista no ES /Divulgação

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), investigou um adolescente de 14 anos, denunciado pelo próprio pai por possuir material nazista e neonazista. 

Durante busca e apreensão, os policiais apreenderam um celular que continha vasto acervo de conteúdos relacionados ao nazismo, incluindo uma bandeira com a suástica e outros materiais correlatos.

As informações da investigação foram divulgadas em coletiva de imprensa, na Chefatura de Polícia Civil.

Chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), o delegado Brenno Andrade esclareceu que o caso teve início em fevereiro deste ano. 

O pai registrou um boletim de ocorrência contra o filho, inicialmente na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Posteriormente, o caso foi encaminhado à DRCC.

?O pai narrou que encontrou no celular do seu filho material relacionado ao Nazismo e encontrou duas bandeiras, com a suástica, e que estava preocupado com as atitudes do seu filho. Imediatamente, iniciamos as investigações. Em primeiro momento, como o próprio pai fez a denúncia, fizemos a oitiva desse adolescente. Ele informou que em primeiro momento tinha somente interesse histórico, mas começou a despertar nele a adoração ao nazismo e supremacia quando, na escola, segundo ele, um amigo preto discriminou pessoas brancas. A partir daí, ele criou maior interesse na questão racial?, explicou o delegado responsável pelo caso. 

Durante depoimento, o adolescente alegou que o celular no qual estaria todo o material já havia sido vendido pela mãe. A mãe teria tomado essa atitude como forma de o repreender pelas atitudes. 

Porém, ela deu um novo telefone, no qual, novamente, ele entrou em grupo de mensagens de apologia ao nazismo e admiração a Hitler. 

A persistência em participar de núcleos de ideologia nazista foi descoberta após o aparelho ser apreendido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do adolescente.

"Localizamos, na residência dele, outra bandeira com suástica. Ele disse que não planejava ataques, mas sabemos que isso pode ser um gatilho para qualquer momento vir a ter a ideia, até mesmo pelo estímulo dos grupos", destacou Andrade.

Foi indicado à família que encaminhasse o adolescente para tratamento psicológico. O Conselho Tutelar também foi comunicado sobre o caso e acionou a Vara de Infância e Juventude, sugerindo ato infracional análogo a racismo. 

?Nesse tipo de situação é muito importante ressaltar que nada adianta fazermos o trabalho e não continuar um acompanhamento. Começamos rapidamente a investigar sabendo a importância desse tipo de situação que pode levar até a ataques a escola. Alguns criminosos que cometeram esse tipo de ação se baseavam em grupos neonazistas", frisou o delegado.