Triste realidade

16/09/2011 23:47

Não vamos falar da aberração, da amoralidade perniciosa, infectante e contagiosa que foi o indulto aos ladrões, perdão, aos que "erraram"? na história do mensalão. Aliás, alguém reparou que desde o início a história cheirou a podre? Notem que o deputado Roberto Jefferson, que se confessou corrupto, foi cassado porque não ofereceu provas concretas da existência do Mensalão; o ministro José Dirceu foi cassado por chefiar o esquema do Mensalão. Os outros foram inocentados porque o Mensalão não existe. Dá para entender?! Naturalmente, os cúmplices acharam que seria o bastante, e para não surgirem novas denúncias, desmascarando outros corruptos ainda camuflados de "representantes do povo"?, foram inocentados três confessos.

Tudo isso foi muito feio e desestimulou a honestidade do homem comum, além de, a nosso ver, inviabilizar a reeleição do inocente mandatário atual, que nunca sabe de nada. A grita do povo foi solenemente ignorada, pisoteada pelos que descaradamente se dizem "representantes"? nossos, mas só conhecem o povo durante a campanha eleitoral. A opinião popular foi, com toda a solenidade oficial, jogada no lixo.Banana p´ra nós!

Mas, sem dúvida, o que realçou o ridículo do espetáculo impatriótico, o que oficializou a mediocridade e a falta de seriedade parlamentar foi a grotesca exibição de uma parceira dos acusados, que dançou em plenário, festejando a sacanagem.

Foi risível e lamentável, de péssimo gosto, aquele inestético balançar de banhas, pneus, culotes, peitos caídos etc etc. Sem dúvida, foi, mas apenas para quem guarda as noções de dignidade, de brio, de austeridade e amor-próprio. Foi normal para quem não se importa com o ridículo visual e moral de sua figura, que se presta mais e um espetáculo teratológico da realidade política brasileira, sem qualquer compromisso com a Honestidade, que seria indispensável em tais pessoas, e ao utópico decoro parlamentar.

Foi o lamentável espetáculo de uma realidade que não se pode mais ignorar, nem tolerar, da enxundiosa mediocridade moral tripudiando sobre a raquítica dignidade nacional.

Quando se é feio por dentro, não há critério para embelezar gestos, atos e posturas. Nem autocrítica!

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