ROLANDO O LERO: BUFOS OSCULARE

24/03/2012 19:06

Manhãzinha de sábado "" deve ter sido ontem, se não me falha a prostituta memória "" Chico Anysio aguarda na fila do forno crematório e eu, que não sou de Maranguape nem nada, na do pão. Por sorte, encontro um leitor (sim, tenho alguns) no padrão Juarez da Matta.

Se seus dois neurônios de plantão não conectam o nome ao mito comendador, a culpa é minha que não expliquei. Padrão Juarez é o leitor que, não sem razão, entende lhufas do amontoado de letras desta modesta coluna, mas lê até o fim pra ficar na dúvida se critiquei ou elogiei alguém.

Simples assim. Dói mais em mim do que nele, asseguro desde a ante-sala do inferno em que me perfilo aos que invejam quem se faz entender quando quer apenas esculachar a Oi-Lerdox ou a barba anacrônica do Leonardo Boff. O tempora, o mores!

Tento explicar "" sem êxito "" que o arremedo de latim à Harry Potter aí do título é só pra tirar onda em Marapé, a Pátria Amada Rasga-Pão, minha e do sapinho quase microscópico, o segundo menor do Hemisfério Sul, que botou a cidade nas mídias. Eta nóis!

Junto, é verdade, com milhares de escorpiões que habitam o Alto Niterói e uma videocassetada muito sem graça no Dominguim do Faustim, onde a suculenta beleza abissínia da Cleide Prado arrancou merecidos suspiros.

Em-mim-mesmando essas relevantes elucubrações batraquianas, tento lembrar o que fui mesmo fazer na padaria, se comprar o FATO "" pra variar, atrasado "" ou me entupir de farináceos.

Na dúvida, concordo com a doce vizinha que não entende por que nossos vereadores não arborizam a cidade. Nem eu.

Aliás, sou pela extinção das câmaras de vereadores e sua substituição por árvores e conselhos municipais não remunerados, eleitos pelas comunidades, nos moldes das administrações dos condados e distritos norte-americanos.

O arguto (e bem pago) leitor já parou pra pensar na inútil empulhação que é a função legislativa municipal? Só em Cachoeiro temos mais de 10.000 leis em vigor, inclusive uma que disciplina o uso de carroças puxadas por semoventes e a coleta dos cagalhões cavalares que caem nas vias públicas.

Até hoje não ocorreu a Suas Excrecências compilar esse labirinto surrealista e editar as normas que efetivamente estão valendo. Onde foi parar, por exemplo, a Lei Bundão, de autoria do Almir Forte, que ninguém respeita, nem os glúteos cansados de lascivos órgãos públicos?

Experimente puxar uma carroça e cagar na rua, pra ver se logo não chega uma viatura da Guarda Municipal a fim de enquadrá-lo aos costumes. Roubar, estuprar, craquear, piratear, funkear a trocentos mil decibéis nos ouvidos alheios, extorquir asnos contribuintes, essas trivialidades, tá tudo liberado.

Deve ser por isso que o telefone de emergência da polícia foi centralizado em Vitória. Enquanto você tenta explicar pra telefonista  onde fica o Beco da Tia Chica em que está sendo estuprado, a gatunagem come solta nos balcões de negócios legislativos.

Tudo em nome da governabilidade, à imagem e semelhança da genial ilustração do Millôr. Dá nojo. E dou a cara do Wagner Santos a tapa se você não conhece um aspone na difícil vida-fácil de "assessorar"? um vereador.

De preferência no Canadá, onde o clima é mais civilizado e pode-se fazer um intensivão de boquete de urna na língua de Shakespeare. Ã?s nossas custas, claro, que no escuro todas as gatas são louras.

Nem tudo, porém, é sacanagem no mundo legisferante capixaba. Tramita na Assembleia projeto de lei do deputado José Carlos Elias, determinando a inserção de resumo biográfico e/ou histórico dos homenageados em placas que batizam vias públicas. Uma boa.

Se vingar, não teremos mais que adivinhar que diabos significa a Travessa 30 de Junho, hoje rota de fuga da cracolândia em que se transformou o entorno da nossa velha estação ferroviária.

Na contramão, o também deputado linharense Luiz Durão quer confinar (em Esculhambódromos?) manifestações públicas que infernizam a vida dos moradores das cidades capixabas.

O problema é que não vai faltar parlamentar pra pendurar no projeto dezenas de cargos públicos, a fim de instalar nas novas boquinhas negativos e inoperantes cabos-eleitorais.

Ou alguém duvida que surgirão dezenas de barnabés cumpanhêros de olho num cargo em comissão de chefe do Departamento de Agitação e Propaganda? Gerente de Controle de Coquetéis Molotov? Diretor de Puxa-Saquismo Sincronizado?

Ã? o fim.

DOIS COELHOS E UMA FERRAÃ?ADA

"?Ab incunabulis"? (desde o princípio), diria o saudoso professor e ferraçólogo Alício Franco, para citar o pensador alemão Gottfried Wilhelm Leibniz, Ferração deve saber que "a natureza não dá saltos"? (natura non facit saltus): não existem gêneros ou espécies completamente isolados; são todos interligados.

Talvez por isso "" e para agradar setores do seu partido, o PT "" o neodeputado Rodrigo Coelho tenha aproveitado a visita do governador Renato Casagrande a Cachoeiro, na última sexta-feira, para reagir a bordoadas ("nosso governo não constrói elefantes brancos"?) aos afagos ferracistas.

O outro Coelho da foto, Glauber, que está sendo lançado pré-candidato a prefeito  pela executiva regional do PR neste domingo, deve estar dizendo aos seus ovos de Páscoa: "bem feito"?.

DECLARAÃ?Ã?O DE VOTO

A quem interessar possa, meu candidato a Cachoeirense Ausente n° 1 deste ano é o Betim aí da foto, o jornalista boa praça e Rasga-Pão Honorário Sérgio Garschagen, ilustre representante da linhagem do Valério Fabris, homenageado em 1983.

MISTÃ?RIOS CACHOEIRANOS "" Além de Raul Sampaio, parceiro musical do gênio do humor, que outro cachoeirense chegou a produzir shows do mestre Chico Anysio nos anos 70?

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