PT sai fortalecido de reunião para a qual não foi convidado - Jornal Fato
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PT sai fortalecido de reunião para a qual não foi convidado


A ausência da maioria das principais siglas no encontro de sexta-feira, organizado pelo PMDB, deixou evidente que segregar o PT no quadro sucessório de 2012 não será nada fácil. O poder tem seus encantos e não dá para esquecer, nem por minuto, que são os petistas que tem a máquina pública na mão, o que, por si só, coloca o prefeito Carlos Casteglione (PT) com boas expectativas para disputar o pleito. Não deve ser tratado como coadjuvante. Será protagonista. Se vence ou perde, é outra história. O fato é que sai fortalecido de um episódio em que tinha tudo para terminar isolado. Ficou claro que as amarrações políticas com a base aliada ao governo não são tão frouxas como se supunha. No evento em que o PT foi o único a não ser convidado, à exceção do volúvel PMN, que recém anunciou o seu segundo reingresso no bloco governista, nenhum dos demais componentes deste grupo deu as caras por lá. E são siglas de peso, como o PSB, do governador Renato Casagrande, o PDT, PSDB, PTB e PV, do coringa Abel Santana.

O PR, do deputado estadual Glauber Coelho, que não faz parte do bloco do governo, também não foi. Esperava-se a presença do parlamentar por lá, já que a ausência do presidente municipal, Braz Barros, eram favas contadas. Se fosse, não representaria apenas o partido, investido que está do cargo de prefeito municipal, em exercício.

Outras lideranças políticas também foram prudentes. O DEM, por exemplo, mandou seu presidente municipal, mas não a estrela do partido, o deputado Theodorico Ferraço, segundo as pesquisas, o favorito para vencer as eleições.  Mesmo o deputado federal Camilo Cola, presidente do PMDB em Cachoeiro, preferiu priorizar compromissos em São Paulo. As ausências do senador Ricardo Ferraço e do deputado federal Lelo Coimbra também ajudaram a tirar o peso do evento.

Excluir o PT do amplo debate partidário "" a proposta era não discutir candidaturas, mas o panorama político e o quadro eleitoral em Cachoeiro - foi um erro estratégico. Coloca os petistas na condição de Davi, na luta contra o Golias, criado por um grupo de partidos em torno de Theodorico Ferraço, única candidatura que pode ser levada a sério dentre os partidos que compareceram à reunião.

Diferente do frenesi da oposição, os petistas, em desvantagem, não fazem movimentos bruscos. Agem com discrição e vão evitando o isolamento e ampliando o diálogo. Além dos partidos já aliados ao governo "" parcerias que ainda precisam ser confirmadas no plano eleitoral -, tenta atrair outros.

Ferraço, que já "?viu cachorro mamar em gato e ultimamente não se espanta nem de ver leão mamar em cachorro"?, sabe que, em política, nada é impossível. E é seguindo este raciocínio que o PT busca se cacifar. Já retomou o diálogo com o PR, por intermédio do deputado Glauber Coelho. Abre-se uma fresta na porta, que antes estava trancada. Candidato ou não, o parlamentar terá papel fundamental nas eleições do ano que vem.

Mesmo alijado neste momento, o PT não desiste de buscar um acordo com o PMDB. Sempre teve bom relacionamento com a ala do deputado Camilo Cola, embora tenha a antipatia do grupo de Roberto Valadão, maioria no partido. O desafio, agora, é se aproximar desta corrente.

A um ano da eleição, o quadro municipal continua instável, mas, por todos que compareceram e que faltaram à reunião de sexta-feira, dá para começar a esboçar como será a correlação de forças nas eleições do ano que vem. Nada definitivo, claro. Ainda haverá muita interferência de cima, onde Magno Malta, Ricardo Ferraço, Paulo Hartung e Renato Casagrande observam tudo com atenção. Resta aguardar.

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