Outubro Rosa/Novembro Azul - Jornal Fato
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Outubro Rosa/Novembro Azul


Tratamos mal nossas crianças e mulheres. A sociedade, mesmo com toda evolução tecnológica, ainda assim, não cuida, e respeita, adequadamente. As agressões são diárias, e a todo instante, no Brasil e mundo afora, mais ainda na Ã?frica e Ã?sia. Nada mais significante que a escolha da Paquistanesa (Malala), adolescente que ousou denunciar o sistema e pedir educação e escola para todas as meninas do seu País, aos onze anos de idade solicitou igualdade de gênero; junto com o Indiano (Satyarthi), dedicou mais da metade dos seus 60 anos na luta pela libertação de crianças de trabalho escravo e abusos, para o Prêmio Nobel da Paz de 2014.

Bem, se a Academia Sueca preocupa-se em destacar os temas e causas é porque o assunto incomoda os cidadãos de bem em todos os cantos do mundo, mais ainda no Ocidente.

No Brasil, na América e países Europeus há vários anos o outubro veste-se de rosa. Uma cor significativa em beleza. O Câncer de Mama é destacado (sua prevenção e tratamento precoce em busca da cura). Porém, desejamos, muito mais que a procura do nódulo, é a busca da liberdade, a perda de preconceitos, a conquista da autoestima, a valorização da prevenção de doenças, a defesa contra violências... A mulher, neste mês, e em todos os meses, deve se olhar, tocar e sentir o próprio corpo, valorizar não só a estética, a beleza externa e aparente, mas também, a harmonia do corpo e alma. No novembro azul, a cor forte pode despertar no homem a importância da prevenção e detecção, também precoce, do Câncer de Próstata. Uma glândula pequena, própria do homem, onde armazenamos espermatozóides e partilhamos vidas. Ao diminuir preconceito a seu próprio corpo, o homem pode ajudar as mulheres e com isso contribuir com toda sociedade.

Mas, se valorizamos o rosa do outubro e o azul do novembro, não podemos esquecer o restante dos dias do ano. Algo próprio do brasileiro: emoção. Somos emotivos; esquecemos da solidariedade. Ficamos na superficialidade das coisas. O que nos falta para despertar enquanto Cidade, Estado, País e mundo civilizado? Acho que devemos fugir da superficialidade. Aprofundarmos nas causas, nos envolvermos nos problemas sociais e públicos. Pintamos o corpo de rosa, vestimos azul, colocamos faixas em sacadas de prédios públicos e privados, iluminamos o Cristo Redentor e... Tapamos os olhos para o restante das mazelas para com as mulheres. Valorizamos exames radiológicos de última geração para detecção de nódulos em mamas e esquecemos rapidamente as mulheres mortas em clínicas de abortos clandestinos; esquecemos que mulheres são espancadas em suas residências.

Necessitamos sim do outubro rosa e do novembro azul; homens e mulheres sem diferenças, se prevenindo de doenças. Não podemos esquecer que nos meses seguintes as mulheres morrerão por causas que não queremos ver, pensar ou discutir. Precisamos conversar sobre os outros meses do ano não tão coloridos.

 

Sergio Damião Santana Moraes

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