Fórum discute inclusão social e meio ambiente - Jornal Fato
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Fórum discute inclusão social e meio ambiente


A programação do 1º Fórum Ambiental "Sanear é Incluir"? atraiu centenas de pessoas ao auditório montado na praça Jerônimo Monteiro nesta quinta-feira (22).  A tenda ficou lotada, mas o público pode também assistir às palestras do lado de fora, onde foram instalados sistema de som e telão.

Na abertura do evento, o prefeito Carlos Casteglione destacou as ações da administração pública municipal para a preservação ambiental. "Cachoeiro teve seu plano de cuidado com a água e o tratamento de esgoto devidamente debatido com a sociedade. Fazemos nossa parte para atender aos preceitos de preservação por meio de parcerias com empresas públicas e privadas de saneamento"?.

O diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agersa), Luiz Carlos Oliveira, falou do saneamento como instrumento de inclusão social. Ainda de acordo com ele, Cachoeiro tem sido destaque nacional nesse tema "Até o ano que vem, todos os municípios terão que ter plano de saneamento e agência reguladora. Caso contrário, não receberão recursos da Fundação Nacional de Saúde. E nós já estamos organizados desse modo"?, frisou.

O programa Incluir, do governo do estado, foi o tema apresentado pelo deputado estadual Rodrigo Coelho, que em breve volta ao comando da  Secretaria Estadual de Assistência Social, Trabalho e Habitação. Pelos dados apresentados por ele, 53% dos domicílios brasileiros não têm esgotamento sanitário e 45% das pessoas estão em situação extrema de pobreza, especialmente na área rural. "Os governos do estado e federal têm programas para identificar, acompanhar e oferecer ferramentas que levem qualidade de vida a essas pessoas"?, comenta.

Já à noite, o ex-ministro do Meio Ambiente José Carlos Carvalho prendeu a atenção de quem assistia e foi aplaudido várias vezes ao falar de um tema polêmico: o novo Código Florestal Brasileiro, que está em processo de votação no Congresso Nacional. Uma das propostas prevê a redução da área de proteção.

"Quando se faz uma lei como o Código Florestal, que é para proteger um patrimônio da nação, estamos fazendo uma lei intergeracional, ou seja, para proteger gerações futuras. E infelizmente esse não é o tratamento que o Congresso dá ao tema. Essa é uma questão de nação, não de governo. Infelizmente, o que temos é um retrocesso da lei florestal brasileira"?, opinou José Carlos Carvalho.

O teólogo, professor e escritor Leonardo Boff foi enfático. "Estamos num momento crítico da história da Terra, em que o que está em jogo é a permanência da vida. Um momento em que devemos tomar uma decisão: ou cuidamos do planeta e uns dos outros ou caminhamos rumo à autodestruição. Temos que tomar consciência da preservação, porque a Terra pode continuar sem nós seres humanos, mas nós não podemos continuar sem ela"?.

Boff encerrou sua fala com um chamado à preservação, à consciência ambiental: "Nós somos responsáveis por deixar para as próximas gerações um planeta habitável, mais justo, menos conflituoso. Se esse mundo vai acabar? Esse tipo de mundo tem que acabar. A Terra não aguenta essa lógica de exploração. Se eu não posso mudar o mundo, posso mudar esse pedaço de mundo que sou eu mesmo"?.

O evento foi promovido pela prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim em parceria com a Agersa, Foz do Brasil e apoio da Samarco, e preparado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Fez parte da programação dos 145 anos de emancipação política de Cachoeiro.

Essencial

"Apesar de ser considerado um serviço essencial e como o próprio nome diz, básico, o saneamento nem sempre está ao alcance de todos, mas aqui em Cachoeiro temos trabalhado para levar o serviço de coleta de esgoto e água tratada a todos"?.

 


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