Escolas começam a voltar à rotina - Jornal Fato
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Escolas começam a voltar à rotina


Alguns dos professores que haviam aderido à greve na rede pública municipal em Cachoeiro começaram a voltar à rotina ontem, um dia depois do movimento ter sido considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

No entanto, mesmo após liminar concedida pelo TJES, determinando o fim da manifestação, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindimunicipal), que lidera o movimento, decidiu mantê-lo até segunda-feira, para quando foi marcada nova assembleia para decidir os rumos da manifestação.

O sindimunicipal, até a tarde de ontem, não havia sido notificado pela Justiça, segundo seu presidente, Jonathan Willian. Mas ele garantiu que a decisão judicial será cumprida após ser oficialmente comunicado dela.

Porém, ontem mesmo algumas escolas já avisavam aos pais sobre a normalização do funcionamento. Apenas quatro delas fecharam completamente as portas, mas em várias ao menos um professor aderiu, deixando horários vagos.

Com a divulgação da decisão judicial, as instituições começaram a voltar à rotina normal e a greve a perder adeptos. Na escola Anísio Ramos, a informação do diretor, Luiz Antônio Carneiro Aguiar, é que na segunda-feira as aulas devem retornar ao normal.

Ontem, apenas o turno vespertino teve aulas. Dos 43 professores da escola, somente quatro não estavam trabalhando à tarde. A reposição, segundo ele, deve acontecer aos sábados e, possivelmente, terá de ser compensada no recesso escolar, no período de 06 a 13 de julho.

Já a escola Ã?urea Bispo Depes, no bairro Vila Rica, funcionou normalmente ontem. Um cartaz afixado na porta informava aos pais que apenas duas turmas não teriam aulas.

Impasse

O impasse entre os professores e a Prefeitura de Cachoeiro ocorre principalmente por conta do índice de reajuste concedido pelo município, considerado baixo pelo magistério. Embora o piso nacional da categoria seja cumprido, professores com mais experiência ou graduados "" a maioria -, receberam índice menor de aumento do que os 22% dos iniciantes.

Há uma semana, alguns professores cruzaram os braços, mas, na última quinta-feira, em decisão liminar, o desembargador Carlos Simôes Fonseca concluiu que o sindicato deliberou unilateralmente pela instauração da greve, "circunstância considerada mais do que suficiente para demonstrar sua ilegalidade"?.

O desembargador determinou que o Sindimunicipal suspendesse a manifestação no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Assembleia

O sindicato convocou nova assembleia emergencial. A reunião acontece segunda-feira, às 18h00, no auditório da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Cachoeiro (Acisci).

Ontem, os advogados do Sindimunicipal foram à Vitória para ter acesso ao conteúdo da  decisão do TJES. A Procuradoria Geral do Município (PGM) ajuizou, no começo da semana, ação declaratória de ilegalidade da greve dos professores por entender que o sindicato deflagrou movimento sem prévio esgotamento das negociações envolvendo a categoria, "causando graves prejuízos à população local".

O Sindimunicipal reafirma, no entanto, que a greve é legitima. Para o presidente Jonathan, o posicionamento da Prefeitura "representa o desespero do Poder Executivo com o movimento grevista da categoria".

 

Beatriz Caliman

 

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