Foi exatamente o que se conseguiu. Entretanto, a referida comissão corre o risco de não sair do papel. Uma manobra regimental do ex-presidente da Casa, vereador Marcos Coelho (PMN), pode invalidar o processo. A definição só sai na próxima terça-feira. Segundo Marcos, não há denúncia formalizada contra seu colega de partido. Ele argumenta que, apesar de o corregedor da Casa, Pastor Mansur (PSDB), recomendar a votação, não faz nenhuma referência à denúncia em seu parecer. Por decisão do atual presidente, Júlio Ferrari (PV), o assunto será analisado pelo departamento jurídico, que só na semana que vem deve se pronunciar. "O que for decidido, eu acatarei"?, garante.
Com isso, a Comissão da Ã?tica nem chegou a ser formada e mesmo a votação que a criou fica suspensa. A medida atrasa as investigações, mas não deve ser suficiente para impedi-la. Mesmo que a votação caia, não há nenhum impedimento para que uma denúncia seja apresentada pelo próprio corregedor ou qualquer eleitor, e inicie novo processo.
Caso a comissão seja realmente instalada, acusado de corrupção, o parlamentar pode até perder o mandato, como já aconteceu com a vereadora Arlete Brito (PT), nesta legislatura.
Uma das acusações é idêntica, a prática de rachid, mas ainda pesa contra Bastos a contratação de funcionários fantasmas, que ora atuavam em sua clínica ginecológica e ora faziam sua campanha eleitoral, embora devessem trabalhar na Câmara, que pagava seus salários.
Ninguém teve coragem de votar pelo arquivamento das denúncias, embora se abster, como fizeram o presidente Júlio Ferrari, Marcos Coelho e José Carlos Amaral (DEM), representasse o mesmo.
Três abstenções
Júlio Ferrari, Marcos Coelho e José Carlos Amaral
Nove votos a favor
Braz Zagotto, Professor Léo, Alexandre Bastos, Luizinho Tereré, Wilson Dillen, Marcos Mansur, David Lóss, Tenente Moulon, Gildo Abreu
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