CASO MAX FILHO: O ELOGIO DA TRAIÃ?Ã?O - Jornal Fato
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CASO MAX FILHO: O ELOGIO DA TRAIÃ?Ã?O


"Ao ouvir tal heresia / A cidade em romaria / Foi beijar a sua mão: o prefeito de joelhos / o bispo de olhos vermelhos / E o banqueiro com um milhão"? "" Geni e o Zepelim (Chico Buarque)

Não existem santos, demônios, traídos e nem traidores nessa história da entrada de Max Filho (PTB) no PSB.

A pergunta é a seguinte: dos partidos, dos deputados e dos prefeitos que hoje beijam a mão de Renato Casagrande (PSB) implorando para que ele não permita este movimento político, quantos estavam com ele durante o isolamento que vivia na luta para ser governador? Quantos agora têm moral para cobrar dele um gesto de recuo numa atitude que só fortalece a sua sigla, única que lhe socorreu e estava do seu lado durante a travessia do deserto?

Nem o PSB ou Casagrande têm neste momento qualquer um desses partidos ou políticos como aliados fiéis e de primeira hora. O governador trabalha atualmente com uma base política que é do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que só lhe está emprestada, e por isso sabe que não pode confiar nela.

Diante desse quadro vive um dilema: usar a cadeira em que está e a caneta que tem para fortalecer o único e confiável parceiro, que é o PSB, ou sucumbir aos apelos de uma base volátil e pouco confiável e manter-se neutro diante das movimentações políticas dos seus adversários de ontem e provavelmente de amanhã?

Por outro lado é legítimo que os aliados de Hartung emprestados a Casagrande forcem o recuo da entra de Max Filho no PSB. Defendem o seu quinhão eleitoral. Sabem que o movimento de Vila Velha não está isolado dos demais municípios.

A entrada de Max, mais a de Junhinho (PPS), posicionam, e muito bem, o PSB para disputar as prefeituras de Vila Velha e Cariacica, respectivamente. Somam-se a isso, Audifax (PSB) na Serra e Paulo Folleto (PSB) em Colatina. Seriam grandes colégios eleitorais que poderiam parar nas mãos do partido do governador, o que, concretizado, fortaleceria demais as suas chances de reeleição em 2014.

Nesse xadrex tem ainda Vitória, Linhares e Cachoeiro. Neste casos, o processo poderia seguir para um entendimento, já que o PSB não tem nomes fortes para disputar. E pela aproximação cada vez mais real com o PSDB, em nível nacional, e pelo bom relacionamento com o deputado federal Cesar Colnago, presidente tucano no ES, não seria de se estranhar uma composição para a prefeitura da capital.

Em outros municípios de menor porte, as chances dos socialistas também são reais com Marcos Vivácqua, em Marataizes, Frei Paulão, em Muqui, e Flávia Cisne, em Mimoso. Uma novidade pode ser a entrada do ex-prefeito Braz Delpupo (DEM), de Venda Nova do Imigrante, no PSB. Nome fortíssimo também.

São movimentos reais e que assustam os adversários, como PT, DEM e principalmente o PMDB que tem sonhos de voltar a governar o estado.  Assustam Neucimar Fraga (PR) e Sérgio Vidigal (PDT) que sonham com a reeleição em Vila Velha e Serra.

Enquanto "a base"? ensaia a reação, os socialistas não entendem como ganharam uma bicicleta, mas não podem andar nela. Não entendem por que precisam trair a si mesmos e aos seus ideais de crescimento para agradar aqueles que até outro dia queriam vê-los pequenos, isolados e sem o poder.

Neste caso parecem preferir o destino controverso do mulato Calabar, que morreu traidor para alguns, porém herói e idealista para outros.

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Salvo engano, breve histórico da base aliada Hartung emprestada a Casagrande e que a cada dia procura um motivo para se rebelar: primeira rebelião quando Rodrigo Chamoun (PSB) era o candidato preferido do governo a presidente da Assembléia Legislativa. Depois nova rebeldia para aumentar o valor das emendas; depois contra alguns secretários estaduais, depois em prol da herança milionária do colchão deixado pelo ex-governador, recentemente contra a secretária de Comunicação Sandra Cola, agora contra a entrada de Max Filho, amanhã...

O colunista conversou por telefone com o (sempre gentil) ex-deputado federal e ex-prefeito de Vitória, por dois mandatos, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Pelas andanças nos bairros da capital, o desejo de voltar a ser prefeito é forte.

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O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) deu uma bela entrevista ao Jogo da Verdade, na Rádio Cultura FM de Castelo. Tão bela que o governo do estado pediu o cd.

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