Cartunista cobra acesso à Câmara

27/03/2012 00:02

O cartunista Ricardo Ferraz ocupa, hoje, a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Cachoeiro para reivindicar o cumprimento da Lei Federal de Acessibilidade, a começar pelo prédio da própria Casa de Leis, onde também funciona a Casa do Cidadão.

"Cercado por escadarias, devido à sua localização topográfica, a sede do Poder Legislativo descumpre, dessa forma, o Direito Universal de Ir e Vir das Pessoas com Deficiência "" pessoas que utilizam cadeira de rodas e idosos com idade avançada"?, ressalta Ricardo Ferraz, que ficou paralítico após contrair poliomielite. Para o cartunista, que foi fundador do Movimento das Pessoas com Deficiência, em 1981, "o exemplo deve começar em casa, pois é inadmissível que a Câmara seja a primeira a violar a Lei Federal de Acessibilidade, nº 10.098, em vigor desde o ano 2000, ainda desrespeitada pela maioria das edificações, prédios públicos e privados, e na mobilidade urbana do Brasil"?, disse.

Para Ferraz "os prédios públicos deveriam dar o primeiro exemplo, já que acessibilidade é sinônimo de Cidadania e Inclusão Social"?.

O cartunista, premiado internacionalmente, enumera alguns prédios públicos de Cachoeiro inacessíveis às pessoas com deficiência e idosos.

"Além do edifício da Câmara Municipal, temos o Palácio Bernardino Monteiro, onde funciona a Prefeitura Municipal; o edifício da Receita Estadual, também no centro da cidade, defronte ao ponto de táxi; o Centro de Saúde Bolívar de Abreu, que, por ironia, possui degraus na entrada principal e no interior um setor que atende doentes, muitos desses com dificuldades de locomoção"?, destaca.

Ferraz pretende sugerir a instalação, no prédio da Câmara,  de um elevador panorâmico, semelhante ao do Banco do Brasil, localizado no cento da cidade. A sugestão é que o elevador seja instalado próximo ao ponto de ônibus, com acesso ao hall do prédio, e que funcione em horário comercial.

O Censo de 2010 registrou que o Brasil possui 46 milhões de pessoas com deficiência, número crescente devido o alto índice de acidentes motociclísticos e automobilísticos, entre outros fatores.

"Ã? necessário repensar a construção de uma cidade mais cidadã, que devolva o sagrado direito de ir e vir, garantido na "?Carta da Declaração dos Direitos do Homem"?, e no novo conceito do "?Desenho Universal"?. Que sejam implementadas Políticas Públicas que contribuam na construção de uma sociedade mais digna e fraterna, permitindo assim inclusão social com qualidade de vida"?, avalia o cartunista.

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