Bernardo Horta - Jornal Fato
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Bernardo Horta


Nunca é demais falar de um grande homem. Mais ainda quando se passaram 150 anos do seu aparecimento na terra e após quase 100 anos da sua morte. A sua lembrança e as homenagens prestadas por seus serviços à sua cidade, seu Estado e para o seu país é a certeza da sua imortalidade. Por ele nos lembramos das palavras e versos dos sermões do Padre Vieira,de quatrocentos anos atrás: Bernardo não contou seus anos de vida, ele não contou seus cinquenta e um anos de existência, ele viveu e morreu intensamente, com intensa paixão e dedicação.

O resgate da sua memória deve-se ao empenho de muitos cachoeirenses: Higner Mansur, Maria Elvira, Professor Adilson, Evandro Moreira, Newton Braga... Todos que ao conhecerem a história desse patriota, republicano e inovador, se deixaram contaminar por suas idéias éticas e correção política. Contaminaram-se e nos contaminaram. Uma doença cerebral transmissível, doença da imaginação e da alma, nada afetando o físico. Um vírus que cura nossa cegueira moderna e coletiva. Cura nosso pragmatismo, nosso corporativismo. Um vírus que leva ao altruísmo. Leva a pensar no bem estar da sociedade e na coisa pública.

Fiquei pensando se a homenagem prestada, de longa data, ao Bernardo Horta Araújo, seria ou não pequena. No início, pensei sim. Resume-se ao nome de uma rua em Cachoeiro de Itapemirim. Ele que foi Deputado Federal, instalou a Ilha da Luz e a energia elétrica em nossa cidade, a primeira do Espírito Santo, ele que discutia e apresentava idéias para a economia de Cachoeiro e do restante do país, ficou restrito ao nome de uma rua. Pouco. Muito pouco, podemos pensar.

Na reunião, no Centro Operário de Proteção Mútua, em fevereiro deste ano, logo após o carnaval, nas homenagens prestadas pelos presentes e pela Loja Maçônica Fraternidade e Luz, com as lembranças da sua importância na guarda da memória da Instituição Maçônica e da cultura de Cachoeiro, pela biblioteca ali existente, alguém lembrou que a Caixa Econômica Federal tem como hábito nominar sua agência com o nome da rua ou avenida onde se instala, ao ser previsto uma troca de nome, o nome Bernardo Horta, embora não conhecido, naquela ocasião, pelos seus feitos, foi forte suficiente para manter-se.

Naquele momento da reunião, comecei a pensar nos nomes das ruas e avenidas da nossa cidade. Estava na Rua 25 de março, marco da nossa emancipação política, ainda na monarquia do Imperador Pedro II, muitos anos antes da República. Com a República, as ruas de Cachoeiro tomaram os nomes dos seus cidadãos: Bernardo Horta, Samuel Levy, Capitão Deslandes, Pedro Dias, Raulino de Oliveira, Lacerda de Aguiar, Abelardo Machado... Ao término das homenagens ao Bernardo Horta, fiquei com a impressão de um vazio e um desejo imenso de conhecer a história desses homens. Nos dias seguintes, ao observar melhor nossas ruas, conclui que: falta uma sinalização adequada, falta o registro adequado dos nomes das ruas e placas com pequena história de cada um desses cachoeirenses ilustres.

 

Sergio Damião Santana Moraes

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