A vergonha dos honestos

10/04/2012 22:46

Desde pequeno, para falar a verdade como sempre, desde criança, ouvi os conselhos de meu saudoso pai Edmo Baião. Estes conselhos eram como uma receita de bolo que com certeza já havia sido usada e teve sucesso na mesa e na vida dele. Não existia situação em que não me via cercado de conselhos e de exemplos de vida daquele pai honesto e trabalhador, que de sua pobreza imensa, fez seu caráter, sua hombridade, e para mim e meus irmãos, nossa referência maior.

No texto de Rui Barbosa em que ele cita "?"? haverá um dia em que o homem terá vergonha de ser honesto "?"?, ele não apenas quis demonstrar o quanto é importante ser exemplo para os filhos, amigos, clientes e para consigo próprio. Ele com certeza, em sua imensa sabedoria, quis demonstrar, que desde os áureos tempos a "?"? desonestidade "?"? faz parte da vida de muitos daqueles que deveriam ser muito mais honestos ainda.

Vemos, por exemplo, na área política, uma saraivada de atitudes que vão contra os princípios éticos, moral e de cidadania de alguns. Mas isso acontece desde quando o ser homem existe. Em que esta geração de novos alunos, filhos, estão  se espelhando para não serem o que não podem ser, ou seja: desonestos com eles e com o próximo... será que eles ou todos nós estamos tendo algum mártir para nos espelhar e produzirmos outros bons exemplos de cultura, educação, cidadania, ou até mesmo um bom exemplo de uma pessoa cristã? Será que a velocidade da informática e do nosso "?"? mouse "?"? está nos tapando os olhos para as verdades dos valores que estamos deixando passar e nossos filhos não estão mais acompanhando e preservando o que é de verdade e eliminando o que é de mentira? Até onde o que é proibido e ilícito estará nas ruas destruindo e intoxicando nossos jovens e nossos filhos??? Até onde irá prosperar a palavra do que estão nas ruas sobre nossas famílias? Quando que finalmente nós, pais, teremos condições de falarmos que a verdade, a honestidade, o caráter e os amigos que temos e conquistamos é mais importante do que existe de graça nas ruas e esquinas? Temos que mostrar aos nossos filhos e a sociedade que gastamos sem critérios, falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Que multiplicamos nossos bens mas reduzimos nossos valores diante da vida. Que adicionamos anos a nossa vida mas não vida aos nossos dias. Que não importa o tamanho das coisas grandes que fazemos e conquistamos, mas sim importa os valores das pouquíssimas que realizamos com honestidade e suor do nosso rosto. Que possamos acima de tudo não sobreviver, mas sim aprender a viver.

Edgard Baiao

Fotógrafo