A REUNIÃ?O DO PMDB

20/09/2011 00:34

 

 

Se tivesse muito dinheiro contrataria Ilauro de Oliveira, do www.atenasnoticia.com.br, para escrever política aqui na minha página. Como não tenho, limito-me a comentar sua análise sobre bastidores da antevéspera da eleição, onde a reunião do PMDB com outros partidos foi um dos lances iniciais.

Começa Ilauro por dizer que ninguém está a fim de colocar a cara na reta. Nenhum dos interlocutores "" certamente gente da melhor qualidade "" quis se identificar. Não todos, mas a maioria, não faz isso porque há muitos cargos comissionados em disputa no município (600, por enquanto. A cada dia nova lei aumenta o número). Em resumo, quase todos esperam "a morte das coisas só para poder tocá-las sem medo"?.  No fim, para a maioria dos partidários, a questão se resume em quantos cargos "nós"? vamos levar para ficar a toa. Sem contar aquela pequena parte que quer saber quantos $$$$$$ vão levar, mas isso é outra conversa! Ninguém é de ferro; não é Ilauro quem diz, mas é o que escorre das linhas, escorre pelas ruas e avenidas, pelos bares da vida.

A política é "" em muitos momentos essenciais "" a arte da traição. E não tem problema; trai-se hoje, compõe-se amanhã, trai-se outra vez mais à frente. Todos se acostumaram, ninguém reclama. Tem lugar para todos, é rodízio onde a carne é da ovelha inocente: o eleitor, que também, outra vez não todos, não é lá essas coisas para ser respeitado.

Ler coisa tão crua como: "esses partidos já sabem até quando vão trair o PT; já vimos esse filme envolvendo outros partidos em outras épocas. O prazo é mais ou menos em abril e maio do ano que vem"?, é divertido!, não é filme, é verdade.

 

CAINDO PELAS TABELAS

Higner Mansur

Que me perdoem os mais afoitos, mas não há nada a comemorar quanto aos novos índices de participação do município de Cachoeiro de Itapemirim na distribuição dos tributos arrecadados pelo Estado e repassados em parte para os Municípios. Segundo o Diário Oficial do Estado, o índice de Cachoeiro passou de 3,242% para 3,287%, um aumento meramente residual de 0,04%, embora deva se reconhecer, melhor isso do que uma queda de igual percentual.

Segundo a série histórica dos índices de distribuição, de 1990 a 1992, nosso município teve participação entre 5,685% e 4,951%. De 1993 a 2001, esses índices variaram entre 4,838% a 4,022%. E de 2002 até a projeção para 2012, variamos de 3,855% a 3,287%, devendo ser considerado que, em cada série acima, os índices maiores correspondem aos anos mais antigos.

Não creio que se deva fazer comparações em curtos espaços de tempo, como fizeram. Alguns dizem que Casteglione está recuperando os índices, ainda que pouco a pouco, mas a recuperação, na ponta do lápis, é uma miséria. Outros dizem, ao contrário, que Casteglione recebeu um índice maior de participação nas receitas estaduais, deixado pelo último ano de governo de Valadão, e ele (Casteglione) o jogou para baixo e não conseguiu chegar, ainda, ao menor índice de Valadão.

Uma e outra informação estão absolutamente corretas, o que mostra que estatísticas manipuladas (até no bom sentido) oferecem o que quisermos, para o bem e para o mal.

Dado que essas "manipulações"? trabalham com período anual muito restrito e que os números apurados pelo Estado são bastante próximos uns dos outros, com diferenças residuais, o melhor é abandonar o pequeno período e observar o desastre que tem sido a involução de Cachoeiro, desde 1990, bastando, para isso, só olhar para a tabela que está nesta página. A tabela fala por si, sendo desnecessária qualquer manipulação, para o bem ou para o mal. O índice de 2012 é 72% menor do que o índice para 1991. Ã? mole?

O que fazer? Continuar discutindo quantos vereadores deve ter a Câmara?

(De qualquer forma, faço um reconhecimento público "" o atual Secretário de Fazenda Municipal, Lúcio Berilli, é o mais preparado que conheci nos quarenta e tantos anos que estou em Cachoeiro. Tenho grande respeito por ele).

 

CACHOEIRO NO FUNDO DE

PARTICIPAÃ?Ã?O DOS MUNICÃ?PIOS

 

ANO                    % 

1990                4,951

1991                5,685

1992                5,398

1993                4,838

1994                4,712

1995                4,023

1996                4,353

1997                4,314

1998                4,048

1999                4,185

2000                4,176

2001                4,022

2002                3,855

2003                3,728

2004                3,517

2005                3,508

2006                3,491

2007                3,333

2008                3,337

2009                3,323

2010                3,181

2011                3,242

2012                3,287

 

BRIC BANCOS

Deu no "Valor Econômico"?, o mais importante jornal de economia do País, transcrevendo matéria assinada do "Financial Times"?: "Previsões carregadas de nuvens negras foram dirigidas ao Brasil também, em meio a uma retomada da inflação. Os administradores de fundo da Marshall Wace, argumentam que o mercado de crédito do Brasil se encaminha para uma crise ao estilo americano. "Corremos o risco de migrarmos de um surto de crescimento para uma depressão", escreveram em julho. Eles argumentam que a quitação de dívidas consome quase 28% da renda disponível das famílias, enquanto o consumidor americano gastava 14% para saldar dívidas durante a crise do "subprime", em 2008.

Eles destacam também as altas taxas de juros do Brasil - que alcançam, em média, 47% ao ano, mas que sobem para até 205% ao ano em um dos tipos de empréstimo por cartão de crédito -, que aumentam as taxas de inadimplência e os problemas de alguns bancos de menor porte... A taxa de inadimplência das pessoas físicas subiu para 6,6% dos empréstimos em julho, em relação aos 6,4% de junho, enquanto a das pessoas jurídicas permaneceu inalterada, em 3,8%, pelo terceiro mês consecutivo.

"De alguns anos para cá, ficou bem fácil tomar dinheiro emprestado", diz Serlina, empregada doméstica de uma família rica de Salvador, no Nordeste brasileiro, cujo irmão e cunhada acabaram entrando nas listas negras das agências de crédito como inadimplentes. Para os pobres, o problema surge quando um gasto inesperado, como uma emergência médica, os obriga a atrasar um pagamento. "A maioria gasta toda a renda que sobra em dívidas", diz"?. (Tem consultores estrangeiros que entendem o contrário, mas não custa deixar as barbas de molho).

 

 FRASES

"Essa sociedade que grita, às vezes contribui mais para a democracia do que a sociedade que silencia"?. (Lula, setembro de 2011, em ato falho, relembrando os velhos tempos arquivados dos 300 picaretas na Câmara dos Deputados).

"Sonhar e acreditar no sonho são o sal da vida. Não há nada de errado, em princípio, em apostar alto na vida privada ou na vida pública, correr o risco no amor, na política, nos negócios, na arte ou no que for o caso. O comportamento exploratório "" ousar o novo, tentar o não tentado, pensar o impensável "" é a fonte de toda mudança, de todo avanço e da ambição individual e coletiva de viver melhor. Viver na retranca, sem esperança e sem aventura, não leva ao desastre, é verdade, mas também não leva a nada. Pior: leva ao nada da resignação amarga e acomodada que é a morte em vida"?. (Eduardo Giannetti, pág. 144, "Auto-engano"? "" Cia. das Letras, 256 pág., R$ 24,00).

"Ulysses Guimarães, o político que dominou a cena brasileira depois da queda da ditadura militar, afirmava que o Congresso sempre reuniu gente de variadas origens: políticos brilhantes ou discretos, ousados ou tímidos, probos ou ímprobos, mas todos inteligentes ou, pelo menos, espertos. Nenhum tolo. Este teria ficado na suplência"?. (Túlio Vieira da Costa, na apresentação do livro "Minhas Cartas e as dos Outros"? "" Cartas de Carlos Lacerda "" Editora da Universidade de Brasília, esgotado). Essa é mais uma frase que eu achava que (eu) tinha inventado.

 "Nascido numa aldeia polonesa, cercado de judeus, não aprendi uma palavra de polonês. Aos sete anos, no subúrbio do Rio, com a mão esquerda segurando uma caixa invisível e os dedos polegar, indicador e médio da mão direita envolvendo um palito invisível, consegui comprar a primeira caixa de fósforo, riscando o invisível no invisível"?. (Samuel Rawet, pág. 205 do "Ensaios Reunidos"?, Ed. Civilização Brasileira, 296 pags., R$ 40,00).

 "Chegando a esta CONEXÃ?O MANSUR, nº 150, é tempo de tomar novos rumos. A CONEXÃ?O que circulava as terças e as quintas-feiras, sem nenhuma falha nos últimos 90 números, passa a circular apenas às terças-feiras e a qualquer momento em edição extraordinária"? (Higner Mansur)

 

 Higner Mansur