Enfrentando a violência

Nos últimos dias ficamos assustados com as cenas de violência sofridas por uma mulher, mostradas nas TVs, culminando com seu assassinato

15/08/2018 13:24
Enfrentando a violência

Nos últimos dias ficamos assustados com as cenas de violência sofridas por uma mulher, mostradas nas TVs, culminando com seu assassinato. Muito nos inquietou o depoimento dos vizinhos, que ouviram seus pedidos por socorro e se omitiram. As imagens gravadas por câmeras de vídeo mostram a realidade da violência que acontece todos os dias, com centenas de mulheres, em locais reservados, a maioria na presença dos filhos menores, indefesos e sem condições de defender a vítima.

Participamos de reunião do NEVID, Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que aconteceu no Salão do Júri do Fórum Desembargador Horta de Araújo, convocada pela Exma. Sra. Claudia Regina dos Santos A. Garcia ? Promotora de Justiça e Coordenadora Estadual do NEVID. Com a presença de todos os autores na luta contra a violência às mulheres: Promotores Públicos, Polícia Militar, Delegados da Polícia Civil e da Delegacia da Mulher, representantes da Prefeitura através da SEMDES e do CREAS, Conselho de Direitos da Mulher entre outros.  O NEVID apresentou sua atuação e dados que comprovam a queda da violência em nosso Estado, que do quarto passou para o décimo quinto lugar. Muito nos alegrou a notícia que já estão sendo tomadas as providências para a instalação, em nosso município, da nova Delegacia da Mulher, em espaço adequado e acessível.

É sempre esclarecedor informar que a violência pode ser física ? espancamentos, relações sexuais forçadas; patrimonial ? controlar, reter ou tirar dinheiro, destruir seus bens pessoais; moral ? fazer comentários ofensivos, humilha-la em público, expor a vida íntima do casal; psicológica ? xingar, ameaçar, intimidar, impedir que ela trabalhe ou estude, controlar sua liberdade de ir e vir, mantê-la em prisão domiciliar. São exemplos do que pode acontecer até culminar com o assassinato.

Cachoeiro ainda não possui uma VARA de Violência Doméstica e a vítima precisa de uma resposta imediata quando procura por socorro. A ameaça é o prenúncio da morte eminente. Até quando a sociedade vai se omitir e não prestar socorro as mulheres que sofrem violência? Podemos salvar vidas com a nossa atuação. Basta ligarmos para o 181 ou 190, não é necessário se identificar. A violência doméstica não escolhe raça, cor, idade ou padrão social. Precisamos dar um basta, antes que a próxima vítima seja alguém da nossa família.