Gratidão - Jornal Fato
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Gratidão


A vida tem seus desafios e desencontros, mas também tem suas alegrias, superações e seus recomeços. Diariamente, ao despertar do sono mais profundo - ou mesmo do leve e superficial -, quando os olhos se abrem, temos uma nova oportunidade; temos outra chance de fazer as coisas da maneira certa, do jeito que nos faz feliz. Isso porque, a cada despertar, somos agraciados com o dom do recomeço, mas nem sempre nos permitimos ver isso. Talvez carreguemos pesos demais em nossas almas, o que as cegam para a visão do que é belo ao seu derredor.

Apesar disso, se eu escrevo e se vocês leem escritos, estamos vivos. Fomos agraciados com uma nova oportunidade de fazer as coisas corretas, chance essa que muitos queridos e queridas não tiveram, pois o tempo deles por aqui se esgotou, deixando em nós saudades que precisamos aprender a lidar.

O problema é que, por vezes, cegos, limitados e ocupados demais com compromissos de pouca importância, deixamos a vida passar cheia de lacunas, de tristezas e de desencantos. Já não conseguimos levantar a cabeça para ver o que está além dos problemas que tentam nos lançar ao chão, mas que somente conseguirão se permitirmos isso.

Com a vida acinzentada pela valorização exacerbada do que, de fato, menos importa, seguimos como eternos caminhantes rumo a lugar nenhum. Vivemos um constante abrir de olhos seguido do cumprimento de obrigações que nos ofuscam as cores e a alegria havida nas pequenas maravilhas que todos os dias, enxergando ou não, nos saltam à frente.

Assim, muitas vezes, sobrevivemos diuturnamente como se a vida nunca fosse findar e, com isso, amamos menos que precisamos; cuidamos do coração menos que o necessário; deixamos os amigos para segundo plano; a família se torna rotineira e os filhos passam a assumir o espaço das obrigações. A mágica de viver vai perecendo nos afazeres diários cujos encantos ofuscamos, mas que, quando impossibilitados de serem cumpridos, nos deixam dolorosamente vazios.

Todavia, o mágico da vida é que nunca é tarde para o recomeço! Não há idade para ser feliz! É sempre tempo de dar e de receber o perdão, de transpirar o amor que há em nós, de sorrir aos que nos fazem bem e de respeitar os que de nós não se agradam. Mas, jamais nos pode faltar o exercício diário de ser feliz. Afinal, os dias voam e a vida é curta demais, logo, é digna de ser vivida em todas as suas cores, exalando todos os seus bons sentimentos e jogando ao vento o que não presta, de modo que apenas este último deve ser levado para longe de nós.


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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