Centrando nas fotos desta página (fotos em redor do Colégio Pedro Palácios, que ficava frente ao Centro Operário e atrás da Casa do Estudante), entendi de aproveitar a sugestão de Marília Braga, filha de Newton Braga, a fim de demonstrar ainda mais a importância desse Colégio e a de se manter e cuidar melhor da História da cidade.

Disse-me Marília: - "Dei uma busca rápida no livro "Newton Braga, Cachoeirense Ausente" e descobri que estudaram no Colégio Pedro Palácios, personagens importantes de Cachoeiro, por isso minha sugestão seria que as fotos se transformem em crônica - a escola merece! Seria interessante também incluir fotos do Nivaldo Pacchiella, mostrando como o local está hoje".

E Marília continua - "Aqui vão depoimentos de alguns dos personagens importantes, que estudaram lá: - João Madureira diz que antes não tinha colégio secundário em Cachoeiro, por isso os fazendeiros se reuniram e resolveram abrir um em Cachoeiro; assim fundaram o Pedro Palácios". E ele, Dr. João, continua: "era um colégio maravilhoso, mas dentro daquela tradição que predominava nas escolas católicas da época: ensino religioso muito rígido, cheio de castigos, quase um seminário. E como o velho Madureira e o Coronel Chico Braga eram maçons, fizeram questão que os filhos fossem educados num colégio positivista, de livre pensamento e que não fosse religioso".

Rubem Braga: - "Rubem fez o ginásio em Cachoeiro, mas no ultimo ano brigou com o Prof. Ávila e foi expulso do colégio, e seu pai mandou-o estudar em Niterói, onde terminou o ginásio." E Marília continua: - "Rubem disse: - da nossa fase de infância em Cachoeiro me lembro de pouca coisa. Lembro-me que Newton e eu estudamos no Pedro Palácios. Eu, até o quinto ano, quando fui expulso da escola. Eles tinham professores bons lá".

Prof. Deusdedit Baptista diz: "Conheci Newton em 1925, quando entrei para o Ginásio Pedro Palácios. Quando eu estava no quinto ano primário ele já estava no segundo ginasial". Marília Braga continua - "Creio que no colégio havia também a Escola Normal, pois o Prof. Deusdedit diz: - "nossa amizade mesmo começou mais tarde, em 1932, quando ele (Newton) voltou para Cachoeiro e começou a lecionar português. Nessa ocasião eu já era professor e trabalhamos juntos na Escola Normal".

Marília traz depoimentos de mais quatro cachoeirenses importantes também:

- "Edmar Baião: - Eu era interno no colégio Pedro Palácios, era um garoto pobre, precisava trabalhar."

- Gil Gonçalves: - "Fui amigo de Newton desde o colégio Pedro Palácios. No último ano fomos estudar no Rio, terminamos o ginásio lá".

- Levy Rocha: - "Não posso precisar a data, mas conheci Newton quando terminava o ginásio no Pedro Palácios".

- Professor Wilson Rezende - "O Newton era mais velho do que eu. Quando entrei para o ginásio, ele e Rubem já tinham ido estudar no Rio. (Wilson Rezende nasceu em 1918 em Vitória. Fez o primário no Bernardino Monteiro e o ginasial no colégio Pedro Palácios)".

Realmente havia uma Escola Normal no Pedro Palácios, informa Marília: - "no livro tem reprodução de artigo de Newton na "Revista de Educação", de 1934 (o "Rascunho do professor novato, lente da 1ª Cadeira de Idioma Nacional na Escola Normal Oficial de Cachoeiro de Itapemirim")."

Pois bem, esses são dados sobre a História do Ginásio Pedro Palácios o qual, por si só, merece um livro. Não fosse por essas recordações e pelas fotos, nada teríamos, vez que o prédio da Escola foi demolido.

 

Início da década de 1920 - Foto da Escola Pedro Palácios, atrás da atual Casa do Estudante; foto Coleção Gil Gonçalves.

 

1937 - Da esquerda para a direita: - Fernando Abreu (Prefeito de Cachoeiro), Newton Ramos (diretor do Colégio), Isabel Curcio Rocha (mãe de Marília), Prof. Inah Werneck e Newton Braga (pai de Marília) - foto na entrada do posterior Colégio Pedro Palácios, onde é hoje o Liceu Muniz Freire. Foto arquivo de Marília Braga.

 

2021  - A pequena escada antiga, um pouco à direita da foto, é o que sobrou do primeiro prédio da Escola Pedro Palácios. - Foto de Nivaldo Pacchiella.

2021 - Foto de Nivaldo Pacchiella - O sobrado verde, ao centro, é o mesmo que está à direita da foto da década de 1920 (Coleção Gil Gonçalves), também nesta página.