MOVA.SE SEMPRE, CACHOEIRO - Jornal Fato
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MOVA.SE SEMPRE, CACHOEIRO

Passos importantes foram dados na quarta, mas quem alerta são os próprios caminhantes


A caminhada que o movimento MOVA.SE fez na última quarta-feira, transitando entre as Pontes Municipal e Carim Tannure, atravessando a Praça Jerônimo Monteiro e "invadindo" o Bernardino Monteiro, sede do governo municipal momento cívico dos mais importantes, autênticos e bonitos que já vi. O leitor antenado para boas coisas, se não viu ao vivo, certamente viu a repercussão na rede social, televisão e jornais locais.

Cadeirantes e demais portadores de necessidades especiais, acompanhados por pais e responsáveis, por arquitetos, médicos, engenheiros, profissionais liberais, pessoas diretamente ligadas ao movimento por necessidade familiar ou amizade, percorreram o trajeto pela "simples" necessidade de mostrar que nem tudo são flores na cidade tão decantada em prosa e verso.

Ao vivo e por informações indiretas e jornalísticas, verificamos que aqueles que necessitam de caminhos transitáveis de verdade, ao mesmo tempo em que enfrentavam caminhos intransitáveis a eles, pelo centro de Cachoeiro, transmitiam alegria sem par. Era como, se, pela primeira vez, para além daqueles que os amparam, pudessem ver nos olhares dos passantes, que estes também querem mundo melhor no passeio público.

Passos importantes foram dados na quarta, mas quem alerta são os próprios caminhantes e técnicos interessados e com responsabilidade no assunto; - "Não pode parar por aí". Nem vai parar, espero.

O doído caminho percorrido na manhã da quarta, doído sim, nem se compara com o pior das demais vias da cidade, seja nos morros dos pobres, seja nos morros dos ricos, seja nos becos e ruelas, sejam em praticamente 100% das calçadas de Cachoeiro - isso aonde tem calçada aqui.

Se se pode alegrar-se, com o que vimos ontem - pode sim - o que não pode mais ocorrer é o desrespeito profissional dos responsáveis pelo Plano Diretor Municipal, excessivamente liberal com essas maldades, em favor de quem constrói, sem contar o desrespeito flagrante até mesmo às péssimas leis urbanísticas locais, na área.

Se Cachoeiro não se curvar ao direito dos cadeirantes, do portador de necessidades especiais, daqueles que precisam transitar pelas calçadas - e não se curvar já - todo o trabalho começado na quarta irá água abaixo - e nem chovendo está, ainda.

A atualização do PDM deveria estar a pleno vapor, mas apenas uma única reunião foi feita, nos mais de seis meses de "trabalho" - e isso é mau sinal. O bom sinal e a coragem pública que o cidadão particular tiver, doravante, a partir da coragem e responsabilidade da quarta, certamente calará a voz e a caneta dos que só querem moeda, e pouco se importam com acessibilidade, cujo exemplo maior são as calçadas, mas não só elas.

Tiro o chapéu para o pessoal do MOVA.SE. Que a experiência de quarta-feira que passou os encham de mais razões ainda e que Cachoeiro seja cidade feliz, sem demagogia e sem fotografias de praças que hoje pintadas, amanhã já estarão detonadas.

 

Lançamento do "TÍTULO PRA QUÊ?"

Exatamente esse o título do livro da jovem escritora cachoeirense Sarah Camilo, que será lançado hoje, sábado (6 de julho), a partir das 14 horas, na Casa dos Braga, em Cachoeiro:  - "Título pra Quê?".

A autora diz que os textos do livro foram escritos há algum tempo e foram publicados, inicialmente, em um blog onde ela publicava tudo que escrevia. Logo resolveu "dar vida aos textos", em papel; e partiu para organizá-los em livro. É o livro que será lançado, quando esta página estiver circulando: - "Encontrei na literatura uma forma de me resgatar", afirma a autora do livro, o qual recomendo.

 

Frases pra se guardar e meditar (1)

Não interessa se a história é ou não é inacreditável. O que interessa é nós acreditarmos nela - Gabriel Garcia Marques.

A gente só decifra com exatidão as profecias depois que elas se cumprem - Gabriel Garcia Marques.

Antes de aprendermos a causa primária, a causa das causas, nada poderia ser feito para mudar a situação - Monteiro Lobato

Em economia política não podem entrar sentimentalismo nem patriotismo - Monteiro Lobato

Nos extremos nunca está a verdade - Monteiro Lobato

O verdadeiro amigo de um Chefe de Estado não é o que anda com retratinhos dele na lapela, mas sim o que desassombradamente o adverte dos crimes cometidos em seu nome. Se houvesse no Brasil cem homens que, em cem setores diferentes, se dirigissem ao Presidente com a brutal crueza deste detento, o Presidente estaria sempre a par do reverso da medalha - e poderia agir sem erro, tirando com segurança a linha média do Bem Público - Monteiro Lobato.

Leis são como teias de aranha, que podem apanhar pequenas moscas, mas deixam vespas e marimbondos passar através delas - Jonathan Swift.

Os maiores conquistadores foram por fim conquistados pela morte - Jonathan Swift.

É ridículo como você coloca arreios em si mesmo, para este mundo - Franz Kafka.

Nunca perca a calma, pois quem a perde fica sem razão - Baltasar Gracián.

Adapte seu comportamento e modo de vida com as circunstâncias - Baltasar Gracián.

Não se deixe levar levianamente pelo que lhe dizem - Baltasar Gracián.

Não seja muito rápido nem em acreditar e, tampouco, em decidir - Baltasar Gracián.

Quem furta pouco é ladrão, quem furta muito é barão - Machado de Assis.

Escrever nos faz lembrar de que estamos vivos e de que isso é uma dádiva e um privilégio, não um direito - Ray Bradbury.

Nas minhas jornadas, aprendi que fico ansioso se passo um dia sem escrever. Dois dias, começo a tremer. Três, suspeito de demência. Quatro, sou um porco chafurdado na lama. Uma hora de escrita é como um tônico. - Ray Bradbury.

Toda a manhã, pulo da cama e piso num campo minado. O campo minado sou eu. Depois da explosão, passo o resto do dia juntando os pedaços. Agora é a sua vez. Pule! - Ray Bradbury.

(Essas frases, selecionei-as de "meus livros", devida e anteriormente grifadas, para distribuir aos alunos da Escola Estadual Fraternidade e Luz, para reflexão deles. Serve para meus leitores, também - Boa leitura - Gostei muito da Escola).


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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