Onde andas?
Quais teus caminhos?
E apresso o passo sobre escombros...
esquecidos e distantes, como retratos na estante
Penso. Quem sabe a nostalgia cause vontade de desvelo,
À noite, descubro, na sala escura, apenas um buraco negro, aspirando a ternura,
Então, revejo, no passeio público, o primeiro beijo.
Depois, foi-se tudo.
Algo passou, mudo, feito vento.
E a foice do tempo, decepando o pobre minuto, antes vívido.
Contentamento, expirou-se
Com o prazo vencido do sorriso, secando, aos poucos.
Restou silêncio
Ausência de vogais
Retinas vazias, sem brilho.
Para aonde foi tudo aquilo, do início?
*************
Nada é tão belo quanto corpos próximos, olhos, olhando-se...
Copos transbordando ósculos, na tez dos poros
Há apenas ambos, no tapete epidérmico, escrevendo o poema.
Depois, feito barcos libertos, tem braços abertos,
irão ao abraço, para contemplar, face a face, o firmamento celeste da pele
O dorso explícito, cosmo lindo a gravitar inquieto.
As luzes ardentes, do astros a clarear o lençol incandescente,
E quando escurece, sussurram estrelas, no céu aberto, de pernas poéticas.
Exaustos, no claustro, discorrem o verbo, Amaram-se.