Fernando Gomes - Jornal Fato
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Fernando Gomes

Quantas voltas; precisam dar os ponteiros, para a hora certa?


Quantas voltas; precisam dar os ponteiros, para a hora certa? Não há certeza e nem, tampouco, devemos aguardar, para celebrar a glória que é conviver com pessoas incomuns, tal qual Fernando. Fernando Gomes, entusiasta das letras. Homem polido e inteligente, tanto quanto aqueles que, sabiamente, gravitam ao seu redor. O conheço faz tempo. Desde os primeiros rompantes literários, submetidos ao seu exame, e o resultado, franco e honesta, sobre a leitura, para aperfeiçoamento. Relutei, mas li, e muito, graças a suas observações, no universo das possibilidades, de cada um a quem atende. Incentivou-me. Fez-me ver na síntese modesta, a profundidade com a qual a brevidade, pode acumular riquezas. Fez-me arregaçar as mangas e os olhos, para debruça-los sobre as obras de tantos poetas. Quando a poesia escurece, recorro ao farol de Fernando, e suas impressões que, embora firmes, tem, paradoxalmente, a leveza da sensibilidade, de quem sempre se norteou, pela a lealdade, aquela que melhora, não apenas a mim, mas a tantos outros. Em companhia do amigo Marcelo, edificou a "Cult". Lá, cultiva inclinações literárias, trazendo à tona, nas publicações, a inteligência e a arte cachoeirense. Guardião dos signo. Amante dos símbolos. Apaixonado por tudo que desperta o sentimento, abaixo da superfície, além da compreensão e da lógica. E assim passa seus dias, como semeador. A cultivar estrelas e estética. No mundo em que as palavras, além de existir, significam, muito, quando falam do cotidiano, das pessoas e do amor. Fernando. Fernando Gomes, mais que o preceptor desejado, existe, realmente, entre as montanhas. Nesse vale. Então cada poema, cada crônica e cada conto cujas concepções precipitou, provocando os autores, vai uma palavra, dentre tantas, que, por certo não será capaz de exprimir o que vai no coração, pela incentivo, constante. Mas ao menos valerá, como relicário, a cada letra, preparado por anjos e a beleza que semeastes. Obrigado!

 

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Se tu soubesses do mel dos lábios

Dos lábios fragorosos e do céu do beijo

 

Do cravo, das rosas

Se tu soubesses...do beijo

 

Do beijo instantâneo

Tal qual.um boca de gerânios

Pleno de fragrâncias.

 

De todo beijo que há na boca

Do beijo esquivo, que faz comigo nada igual a outra coisa.

Se tu soubesses...

 

Do beijo furtado

Como são firmes!

E do perdão dulcificado, saindo dos lábios, depois de cada crime.

 

Beijaria o dia claro

O resto do dia, como uma macieira abundante, beija as maças elegantes nos galhos,

 

Ainda o beijo curto,

Na fração de um minuto saboroso como uva, da única videira,

 

Valeria por tudo, que amei a vida inteira.

 

Se tu soubesses disso tudo, não olvidaria tanto o beijo

 

Não reclamaria o pão da satisfação. Não. Nem das feridas.

 

E beijaria, querida, o beijo prometido do encontro.

 


Giuseppe D'Etorres Advogado

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