Servidores apostam em atitudes que promovem transformação - Jornal Fato
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Servidores apostam em atitudes que promovem transformação

Este é o caso do servidor Luiz Carlos dos Santos, inspetor penitenciário no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Serra


Foto: divulgação/Sejus

Por trás de cada projeto desenvolvido na Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) há um servidor ou um gestor que compreende o valor daquela iniciativa para a reintegração social da pessoa privada de liberdade. Este é o caso do servidor Luiz Carlos dos Santos, inspetor penitenciário no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Serra, que conquistou o primeiro lugar na categoria Atitude Humanizadora, na sexta edição do Prêmio Humaniza, que reconhece as boas práticas do sistema penitenciário. 


Luiz Carlos, que é pedagogo e especialista em política, gestão e segurança pública e em psicopedagogia com ênfase em inclusão e informática educativa, foi reconhecido, sobretudo, por suas ações que ultrapassam suas atribuições. 

A premiação considerou ainda a atuação do inspetor junto às pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) que cumprem pena na unidade. Ele ressalta que procura reconhecer as dificuldades que esses internos já passaram nas ruas, com a família, em função do preconceito. "Trabalho com muita dedicação e empenho para tratá-los com dignidade, com um olhar diferenciado, para que possam aprender a conviver em grupos, respeitando e sendo respeitados", diz Luiz Carlos.

Segundo Luiz Carlos, ser reconhecido pelo Prêmio Humaniza foi gratificante. O servidor acredita na força do diálogo como agente transformador. "Todos os dias, ao chegar, converso com os internos e busco compreender quais são suas demandas do dia, qual o clima da galeria. Se há algum conflito, tento fazê-los verbalizar, para evitar discussões nas celas. As demandas variam, seja por atendimento de saúde, psicológico, outras nos pedem atualizações de seus processos, então acionamos o jurídico. E conforme as demandas são atendidas, acompanho e dou um retorno a eles. Mas além disso, temos um respeito com o interno e isso é uma via de mão dupla. Se criamos um ambiente do diálogo, da conversa, evitamos os conflitos, e raramente temos que usar a força. Isso é bom para o apenado e para o agente, que tem um ambiente menos tensionado para trabalhar", ressalta.

Com características que somam ao trabalho e a missão da Sejus, que é a reintegração de pessoas, o servidor acredita no valor do seu trabalho e que é possível transformar pessoas e ambientes.

 "Aqui, cada infrator tem a oportunidade de construir o alicerce para sua liberdade e, quando sair, se olhar de outra forma e ter a oportunidade de interagir com a sociedade. Eu quero continuar a fazer meu trabalho e espalhar esse exemplo que temos dado de humanização a todo sistema prisional, sempre pautado na ética e na legalidade. E assim contribuir para que o apenado seja ressocializado, que dedique esse momento para rever determinados valores e que possa mostrar que mudou. Eu acredito nisso, pois vemos diversos que saem e não voltam. Eles estão mudando sua visão de mundo, construindo objetivos para o pós-cárcere e prosperando nessa missão", afirma o inspetor. 

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