Motoristas de aplicativo: 64% dos assaltos são feitos por passageiros - Jornal Fato
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Motoristas de aplicativo: 64% dos assaltos são feitos por passageiros

Presidente de associação apresentou aos membros da CPI dos Crimes Cibernéticos dados sobre a violência contra condutores


- Foto: Ilustrativa.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos ouviu, nesta terça-feira (20), as demandas dos motoristas de aplicativo que atuam no Espírito Santo. O presidente da associação da categoria (Amapes), Luiz Fernando Muller, relatou a quantidade de assaltos que os motoristas vêm sofrendo, principalmente na Grande Vitória. 

Em pesquisa realizada pela associação, identificou-se que 19% dos motoristas já foram assaltados e 64% dos crimes foram cometidos pelos próprios passageiros. Do universo de motoristas que foram vítimas, 78% foram assaltados uma vez, 18% duas vezes e 4% três ou mais vezes.    

Na ocorrência dos roubos, em 72% dos casos os motoristas foram chamados por meio de aplicativos. Segundo Muller, as ocorrências seguem, na maioria das vezes, o mesmo modelo. É criado um perfil falso normalmente com nome de mulher e, quando o motorista busca a suposta passageira, é abordado por um assaltante. "Se é um perfil falso, o que as plataformas estão fazendo para nos ajudar?", questionou. 

Ainda de acordo com o representante da categoria, oficialmente são registrados de sete a oito assaltos por semana. Mas, nos grupos de mensagens entre os motoristas, todos os dias são relatadas de cinco a sete queixas. Segundo Muller, existem aproximadamente 12 mil motoristas cadastrados em aplicativos de transporte de passageiros no Estado. 

O presidente da CPI, deputado Vandinho Leite (PSDB), decidiu realizar uma audiência pública em conjunto com a Frente Parlamentar em Defesa dos Motoristas de Aplicativos e da Comissão de Segurança para aprofundar o tema. Serão convidados os representantes do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Estado de Segurança Pública e das empresas que prestam esse tipo de serviço de transporte no Estado, como Uber e 99. 

A audiência pública foi agendada para o dia 19 de setembro, às 10 horas, no Plenário Dirceu Cardoso. "As empresas têm um faturamento em cima do serviço que é prestado pelos motoristas e elas não estão fazendo a parte delas", comentou o presidente da CPI. 

Assédio sexual

Durante a reunião, também foi apresentada uma versão resumida do relatório do deputado Delegado Danilo Bahiense (PSL) sobre as denúncias de assédio sexual na Escola Estadual Clovis Borges Miguel, localizada na Serra, na Grande Vitória. O relatório concluiu pelo indiciamento dos professores de química e de matemática - ouvidos pela CPI na última reunião do colegiado - pelos crimes de assédio sexual e improbidade administrativa. 

De acordo com o relator, houve prática de "abuso sexual", "constrangimento das vítimas" e, consequentemente, "prejuízo para o rendimento escolar". Segundo Bahiense, os professores tentaram "minar a resistência dos adolescentes" e "obter favorecimento sexual". O parlamentar também levou em consideração o fato de se tratar de superiores hierárquicos e as vítimas serem menores de 18 anos. 

Os deputados Vandinho Leite (PSDB), Capitão Assumção (PSL) e Delegado Lorenzo Pazolini (sem partido) aprovaram o relatório apresentado por Bahiense. Já o deputado Coronel Alexandre Quintino (PSL) pediu vistas para analisar o documento completo e apresentará seu voto na próxima reunião do grupo.

 
 

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