Justiça determina que Vale resgate animais atingidos pelo desastre
Trabalho deve ser feito sem interferir no resgate de vítimas feito pelos bombeiros.
A Juíza Perla Saliba Brito determinou que a Vale comece imediatamente a cuidar do resgate de animais atingidos pelo rompimento da Barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a mineradora deve contratar ou fornecer "equipe capacitada, medicamentos, alimentos, maquinários e todo e qualquer meio adequado ao resgate, acolhimento e tratamento dos animais agonizantes".
A magistrada afirmou que o trabalho deve ser feito paralelamente e não deve atrapalhar de forma alguma a atuação dos bombeiros no resgate das vítimas humanas. Ela ainda estipulou multa diária de R$ 50 mil e incursão no crime de desobediência em caso de descumprimento.
A decisão, proferida no fim da noite deste domingo (27), partiu de um pedido do deputado Noraldino Júnior (PSC) que usou como argumento a questão sanitária, conforme o Tribunal.
Mesmo quatro dias após o rompimento da barragem, muitos animais ainda estão vivos nos escombros do desastre, em meio à lama. Nesta segunda-feira (28), uma vaca passou o dia do lado dos bombeiros, enquanto eles trabalhavam no resgate de corpos, no local onde foi encontrado um ônibus soterrado. O veículo foi localizado por um voluntário no início da noite deste domingo quando ele foi tentar socorrer o animal.
Na decisão, a juíza manda intimar o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, ou seu representante legal para que a determinação seja cumprida.