Governador diz que Apac é "porta de saída do crime" - Jornal Fato
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Governador diz que Apac é "porta de saída do crime"

O termo de fomento para o funcionamento da Associação em Cachoeiro foi assinado hoje


Foto: Diego Rocha

Foi assinado na tarde desta quarta-feira (29) o termo de fomento para o funcionamento da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Cachoeiro de Itapemirim. A solenidade aconteceu no Palácio Anchieta, em Vitória.


Assinou o termo o governador do Estado, Renato Casagrande, o secretário de Justiça (Sejus), Luiz Carlos de Carvalho Cruz, a juíza da vara de execuções penais de Cachoeiro, Rosalva Nogueira, promotor de execuções penais de Cachoeiro, Jefferson Ribeiro, e Ademir Torres, coordenador da Apac.


A juíza Rosalva relatou que está de coração aberto e otimista para receber a Apac no município.


"A Apac de Cachoeiro será a primeira de muitas que serão abertas no Estado. Tenho certeza de que a Associação será referência nacional", diz.


O governador Casagrande elogiou o método e disse que o estado precisa da Associação. "O trabalho de parceria que nós temos com a Apac é o passo para a inovação. Lá, as pessoas que quiserem terão a oportunidade de ter uma vida mais justa. É a porta de saída do crime.", finaliza.


O presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Valdeci Antônio, que é voluntário da Apac, dize que é uma alegria saber que a unidade terá as portas reabertas. "O segredo do método da Apac é que ele é o resultado da sociedade civil organizada, que toma consciência do problema prisional e resolve apontar, senão uma solução, pelo menos uma alternativa. E também, o segredo é saber que tudo vem do preso, por meio da escuta diária, da aplicação da pedagogia da presença, que nos permite estar ao lado daqueles que cumprem penas".


Valdeci reforça que o método funciona a ponto de a chave do portão da Associação ficar nas mãos de um recuperando. "Hoje, a média de reincidência das Apac's é inferior a 15% e o nosso custo médio é de um pouco mais de mil reais per capita. Jamais registramos motins ou rebeliões, atos de violência... Os recuperandos cuidam das Apac's, independe do crime cometido e independente da condenação. É diferente, inusitado, mas, acima de tudo, é revolucionário, porque nós, na nossa simplicidade, estamos oferecendo ao mundo o que nós chamamos de 'uma verdadeira revolução do amor', a partir das nossas prisões", finaliza.


A nova estrutura será administrada pela Apac Feminina, mas no local funcionará o Centro de Reintegração Social (CRS) Masculino, e comportará cerca de 120 presos, tanto do regime semiaberto, quanto do fechado. A previsão de reabertura é de que o prédio, situado na antiga estrada para a fábrica de cimento, deve ser reaberto em um prazo de 30 dias.
A estrutura, que foi abandonada em 2015, recebeu reforma e as obras incluíram a instalação de novos telhados, parte elétrica, serralheria e pintura.

Método Apac
O método é baseado em uma disciplina rígida, pautado pelo respeito, ordem, trabalho e envolvimento com a família do recuperando, tendo como base a valorização humana, vinculada à evangelização. Nesse conceito, os próprios detentos são responsáveis pela sua recuperação e ajudam outros recuperandos nesse processo.


O valor da contrapartida do Estado por recuperando é, em média, de R$ 1.252. Cabe à Apac aplicar a metodologia de ressocialização. A custódia do apenado, porém, permanece sob responsabilidade da Sejus. Para participar da APAC, é necessário que o detento seja voluntário, e que passe por um treinamento para conhecer o conceito e o método aplicado nas APAC's.

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