Dois satélites desativados podem colidir na atmosfera da Terra amanhã (29) - Jornal Fato
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Dois satélites desativados podem colidir na atmosfera da Terra amanhã (29)

Proximidade entre os equipamentos será de 15 a 30 metros


- Foto: NASA

O serviço de monitoramento de detritos espaciais LeoLabs alertou na última segunda-feira (27) para a possível colisão entre dois satélites que orbitam a Terra, que deve ocorrer amanhã (29), por volta das 20h horário de Brasília. Os equipamentos passarão a entre 15 e 30 metros um do outro, a uma altitude de cerca de 900 quilômetros.

De acordo com a empresa, a chance de colisão é de 1 em 100 - e não tem nada que os especialistas possam fazer para diminuir ainda mais essa probabilidade. Isso porque ambos os satélites estão desativados, o que impede seu controle daqui da Terra.

Um deles é o telescópio espacial IRAS, que foi lançado em 1983, e o outro é o GGSE-4, um satélite lançado em 1967. "Colisões do tipo aconteceram no passado, com certeza. O que é realmente interessante sobre essa é que a proximidade estimada é de 15 a 30 metros, o que é incrivelmente próximo", disse a arqueóloga espacial Alice Gorman ao ScienceAlert.

"As naves espaciais adotaram manobras evasivas para evitar coisas que estão a 60 quilômetros de distância", salientou a especialista. "Portanto, esse é um encontro muito, muito próximo. E se isso realmente acontecer, potencialmente haverá uma grande quantidade de detritos que serão criados."

O IRAS tinha uma massa de lançamento de 1 tonelada e ocupa um espaço de 3,6 por 3,24 por 2,05 metros. Enquanto isso, o GGSE-4 é muito menor e tem apenas 4,5 kg. Ainda assim, o estrago da colisão entre os dois pode ser grande, principalmente considerando que sua velocidade relativa é de 14,7 quilômetros por segundo.

Segundo Gorman, se os aparatos colidirem, o menor será destruído, produzindo uma "nuvem" de novos detritos. O maior provavelmente será pouco danificado, mas ainda assim sofrerá alguns danos.

Felizmente, as chances desse lixo espacial atingir os terráqueos é nula: se a colisão ocorrer, os detritos se desintegrarão na atmosfera, antes mesmo de chegar ao solo. O problema, entretanto, é que os destroços que permanecerem em órbita poderão colidir com satélites em funcionamento.

Mesmo a chance de colisão sendo de apenas 1%, o caso reascende as discussões sobre o lixo espacial que orbita a Terra - uma preocupação para vários cientistas. "O medo é que, se não descobrirmos como nos livrar de alguns desses detritos na próxima década, esse tipo de colisão começará a significar que é mais difícil lançar satélites e realizar operações espaciais", pontuou Gorman.

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