Proibida cobrança diferente para mulheres na balada - Jornal Fato
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Proibida cobrança diferente para mulheres na balada

Promotores de eventos da região lamentam ratificação de decisão judicial que interfere diretamente em seus negócios


O promotor de eventos Jackson Soares acha que a decisão prejudica os estabelecimentos - Foto: reprodução/Facebook

A Justiça Federal reafirmou, no último dia 2, a decisão que proíbe a cobrança diferenciada de preços para homens e mulheres em boates, bares e eventos. A nova manifestação judicial sobre o assunto, indefere ação civil pública do Sindbares, que pretendia para manter o pagamento diferenciado, após a decisão inicial, que proibia, em julho do ano passado.

Segundo a Justiça, trata-se de uma estratégia de marketing que desvaloriza a mulher a ponto de reduzi-la a condição de objeto para atrair o sexo oposto. A prática, considerou o Judiciário, é abusiva e indigna. A decisão é da juíza Maria Claudia de Garcia Allemend, da 5ª vara cível de Vitória.

O promotor de eventos há 13 anos, Ramon Silveira, mesmo sem conhecer profundamente a decisão, acredita que o setor deveria ser ouvido.  "Tenho que me aprofundar na decisão.  Mas nunca fiz eventos com diferenciação de preço", comentou.

Há 12 anos no seguimento, Jackson Soares acredita que a decisão da Justiça Federal tira a autonomia dos promotores de eventos. "A gente sabe qual é a realidade do mercado em que trabalha, isso tira a autonomia da gente. O público do Sul do Estado está acostumado com mulher entrar de graça, ou pagar mais barato. É difícil você colocar pagantes com o mesmo valor em eventos regionais. Quando se trata de eventos maiores, com artistas nacionais, é fácil trabalhar com preço tabelado, porque são eventos esporádicos, que acontecem uma vez ou outra", afirmou.

Ainda segundo Jackson, os eventos promovidos por ele são semanais, e há a necessidade de atrair mais público utilizando estes benefícios de descontos. "Para a gente que faz por semana, um ou dois eventos, é um gasto maior. Fora que, a maioria do público são homens pagantes, que trabalham, ganham mais que as mulheres e por isso podem arcar com as entradas. Automaticamente, quando você oferece esse valor diferenciado ao público feminino, mais homens pagantes são atraídos. É uma questão de autonomia do que é rentável para nós", finalizou.

Boates, bares e eventos podem serão fiscalizados pelo Procon e podem ser multados caso estejam descumprindo a regra.

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