Plasticidade dos golpes, agilidade, técnica apurada, além de muita determinação. Assim, a missão foi cumprida no Rio de Janeiro. Representando Cachoeiro de Itapemirim, o capoeirista local Maycon Henrique dos Santos apresentou toda a essência de sua arte e conquistou a vitória na ?Volta do Mundo Bambas?. Um espetáculo que mescla energia e destreza corporal, o consagrado evento tem o objetivo de promover a capoeira em alto rendimento. Partiu da ideia de três nomes famosos do mundo da luta: ninguém menos do que os feras Thiago Marreta, Saverio Scarpati, e Felipe Tropeço. E se tornou a principal promoção de capoeira no mundo atualmente, reunindo os melhores do globo na modalidade. A Volta do Mundo, portanto, conta com a participação em suas edições de capoeiristas de diversos Estados brasileiros e outros países, como o nome já indica. A mais recente edição rolou no último dia 22, tendo como palco o Pão de Açúcar, um dos principais cartões-postais da ?cidade maravilhosa?. Patoca, como Maycon é conhecido no meio, encarou o lutador de São Paulo Emanoel Neko, na categoria PcD. ?Ele estava muito treinado, e eu também. Foi um momento marcante e único na minha carreira no esporte?, declara.
Maycon confessa, no entanto, que se apresentar diante de tantos astros da capoeira, tanto na arbitragem quanto na bateria, o deixou tenso. Mas o morador do Bairro Nossa Senhora de Fátima, que pratica capoeira há 22 anos e integra o grupo Libertação, está no auge da forma, por conta dos treinos constantes com o seu mestre, ?Russão?, e da intensa preparação física, com Mauro Pitbull. Agora, é esperar a próxima edição, para ele mostrar para o mundo novamente o fino da capoeira cachoeirense e defender o seu título. Consagração máxima para quem teve que se reinventar para continuar fazendo o que ama. A deficiência física, no braço esquerdo, por conta de acidente sofrido em 2008, não o impediu de expressar sua arte. E a recente vitória no maior evento de capoeira da atualidade só vem atestar a alta performance que Patoca há tempos atinge na categoria PcD.
Por Marcos Leão