A prefeitura irá homenagear pela primeira vez, com o título póstumo de Cachoeirense In Memoriam, 96 importantes personagens já falecidos (lista disponível no site www.jornalfato.com.br), que nasceram ou residiram por longo tempo em Cachoeiro e se dedicaram ou se destacaram em suas áreas de atuação a nível local, nacional ou internacional, e, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento do município.

Entre eles está o jornalista, psicanalista e escritor Roney Moraes, 41 anos, morto em abril de 2017 em decorrência de um ataque cardíaco. Roney também era membro da Academia Cachoeirense de Letras e ocupou a cadeira número 40. Chegou a ser eleito presidente da ACL, entretanto, faleceu antes da posse. Serviu a cidade intelectual e culturalmente.

Roney era um sujeito que gostava de estudar e entendia bem de política e história. Aprendeu a ler com apenas cinco anos de idade. Talvez por influência da mãe, que, como professora, sempre carregava livros sob os braços.

"Recebi a notícia da homenagem e, como sempre, veio um misto de sentimentos. Fico triste por sua ausência, mas depois vem um orgulho, saudade e gratidão pelas coisas boas que ele deixou, para o conforto de todos", menciona a mãe de Roney, Celedyr Argeu Moraes.

Com uma carreira bastante eclética, começou no jornalismo em 1998. Trabalhou em diversos veículos e foi um dos fundadores do jornal Espírito Santo de Fato, com o qual sempre colaborou.

"Para uma mãe saber que seu filho deixou marcas em cada lugar que passou, sempre com algo de bom para a humanidade é gratificante. E pela vida breve que teve deixou uma grande lição de amizade, companheirismo, humildade, entusiasmo reconhecido pelos os que o conheceram. Eu como mãe só tenho que agradecer por ter sido evidenciado, entre os grandes nomes, pela contribuição para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nossa cidade. Obrigada aos amigos pelo carinho da homenagem, ao Jornal Fato, à Prefeitura Municipal e à Secretaria de Cultura e Turismo", finaliza Celedyr.

Também será homenageado o radialista Daílton Dessaune, um dos narradores esportivos mais conhecidos. Ele faleceu em janeiro do ano passado, também vítima de um infarto.

Dailton nasceu em 30 de julho de 1945 e, de acordo com familiares, teve uma infância de muitas brincadeiras com vizinhos na avenida Pinheiro Júnior, onde morou com suas três irmãs, irmão e pais.

Sempre amou a cidade e nunca quis morar em outro lugar. Nasceu e morreu cheio de amor por Cachoeiro e pelos cachoeirenses. Se realizou como profissional e foi por meio da profissão que se tornou tão popular e querido.

Para Marcelo Chocolate, um dos filhos de Daílton, a homenagem é uma forma carinhosa de reconhecimento do trabalho do pai. "Meu pai foi um contador conhecido e respeitado por ser muito profissional. Foi um excelente pai. Fui criado por minha mãe, mas sempre acompanhei o trabalho dele como radialista. Orgulho-me muito, pois sei que nessa profissão ele ajudou a muitos e enalteceu o esporte da nossa cidade".

 

O TÍTULO

O título de Cachoeirense In Memoriam foi estabelecido por meio de decreto do Poder Executivo, publicado em maio, juntando-se aos títulos de Cachoeirense Ausente e Cachoeirense Presente nº 1, concedidos anualmente por conta das festividades do Dia de Cachoeiro. O objetivo é que, a cada ano, uma pessoa já falecida seja reconhecida com a honraria recém-criada.

Nesta primeira edição, foram selecionadas pessoas que faleceram entre 1942 e 2018 (ano em que teve início a tradição do Cachoeirense Ausente). "Para chegar a esses nomes, fizemos uma ampla pesquisa em documentos do Arquivo Público, do Instituto Histórico e Geográfico e da Academia Cachoeirense de Letras", explica Lucimar Costa, subsecretário de Cultura e coordenador do Arquivo Público.

"A criação desse novo título serve como um justo reconhecimento a pessoas que tanto contribuíram com a história de Cachoeiro e como um reforço da identidade e das tradições do município, que há várias décadas faz questão de dar o devido destaque aos seus filhos ilustres", afirma o prefeito Victor Coelho.