Com prótese, atleta é exemplo de superação - Jornal Fato
Especial

Com prótese, atleta é exemplo de superação

Dudu teve a carreira de jogador de futebol interrompida em acidente de moto,quando perdeu a perna


- Foto: Ronaldo Santos

Eduardo Barbieri Dam, o Dudu, mostrou, no último sábado, durante a 7ª edição do Torneio de Amigos de Futevôlei de Marataízes, que para o esporte não existem limites e quando se tem força de vontade. Há seis anos, ele sofreu acidente no qual perdeu parte da perna esquerda. Porém, isso não o desanimou a continuar praticando o esporte.

Ele conta que na hora do acidente já pensou em colocar uma prótese. "Quando eu caí no chão após o acidente, senti um beliscão e então me veio na cabeça o pensamento sobre o futebol, que na época era minha profissão. Levei a mão à perna e ela já estava separada do restante do corpo", lembra. Ele chegou a lamentar o ocorrido, porém uma pessoa próxima o fez pensar diferente. "Naquele momento, o importante era que eu estava vivo e sem mais problemas. Deus me abençoou até no pensamento", conta.

Logo após o acidente, Dudu foi socorrido e o médico chegou a tentar um reimplante, porém sem sucesso. Então, ele precisou passar por outra amputação. Assim, recorreu à prótese. "No início, tive muitos problemas com adaptação, pois recebi uma fornecida pelo governo que tem uma qualidade muito inferior", disse.

Entretanto, amigos e familiares, vendo as dificuldades enfrentadas por Dudu decidiram promover uma rifa para arrecadar fundos e comprar uma nova prótese e com melhor qualidade para ele. "Foi uma maravilha, uma qualidade de vida imensa", comenta.


Confira a entrevista em vídeo:


Antes do acidente, Dudu era do futebol profissional. Jogou na base dos dois times da cidade (Cachoeiro FC e Estrela do Norte) e em vários times pelo Brasil, nos Estados do RJ e SP. Mesmo usando prótese há cerca de três anos, somente voltou a praticar esporte há dois meses.

Dessa vez, o escolhido foi o futevôlei. Dudu explica que o motivo dessa escolha envolve a prótese. "É um esporte que me proporciona grande alegria, uma vez que engloba a minha maior paixão que é o futebol, mas com ele eu não preciso me movimentar muito, mesmo na areia", esclarece.

A manutenção das próteses é cara, o que o impede de praticar esportes com maior frequência. Todavia, com a ajuda de amigos, conseguiu uma nova, para banho, e com ela, se adaptou e assim é possível também jogar algumas partidas. Essas pessoas, da Resenha do Futevôlei, em Cachoeiro, e dos Amigos do Futevôlei de Marataízes (AFM), responsáveis pelo Torneio, têm sido grandes parceiros no retorno de Dudu às quadras.

Diante de todos os obstáculos que Dudu já enfrentou, ele olha a vida hoje com muito otimismo, pois a todo instante ele confiou em Deus e essa é a dica que ele deixa para quem pensa em desistir quando o caminhar não está indo muito bem. "O ser humano tira forças de onde nem sabia que tinha. Quando achamos que estamos fracos, ficamos mais fortes. Eu sempre penso que tem pessoas que estão piores do que a gente e queria estar no nosso lugar, isso me dá muita força".

 

Reencontro

Durante o torneio em Marataízes no último final de semana, Dudu teve uma surpresa ao reencontrar o sargento Soter, do Corpo de Bombeiro, um dos responsáveis pelo socorro no dia do fatídico acidente. Ele também participava do torneio e ficou feliz em ver a boa forma de Dudu.  "É o esporte sempre nos mostrando que tudo é possível", comentou o sargento. No instagram @eduardodamdudu ele compartilha sua história e preparação para o esporte. 

 

 

 

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