Fabiano Contarato é contra porte de armas - Jornal Fato
Entrevista

Fabiano Contarato é contra porte de armas

Candidato ao Senado concede entrevista à Associação dos Diários do Interior do Espírito Santo


Contarato afirmou que armar os civis é subestimar a capacidade intelectual das pessoas - Foto: Divulgação

Por Lorena M. Giordina

ADI-ES

 

O candidato ao Senado, Fabiano Contarato (Rede), 52, concedeu entrevista aos Associação dos Diários do Interior (ADI-ES). Delegado de Polícia Civil se declarou contra a redução da maioridade penal e a facilitação da concessão do porte de arma ao cidadão comum.

Natural de Nova Venécia, Contarato se tornou figura conhecida dos capixabas por sua atuação na delegacia de Delitos de Trânsito e Vitória. Foi diretor do Detran-ES e chegou a ser corregedor geral do Estado.

Ele conta que decidiu se candidatar ao Senado por sua representação igualitária, já que cada Estado tem três senadores. "Um senador precisa ter coragem para resolver, para fazer, para botar a cara", diz ele.

Contarato ressalta que o Senado precisa de mais comprometimento, cumprindo mandato para a maioria. "O Espírito Santo tem grande chance de virar essa página".

Para o candidato, a violência contra a mulher, crime que faz o Estado ganhar destaque negativo, pode ser solucionado com a revisão do cumprimento das penas.

"Nosso Estado é o segundo do País em violência no trânsito. O Brasil é o terceiro que mais mata no mundo. O Espírito Santo é um dos primeiros no ranking em mortes por armas de fogo, violência doméstica".

Segundo o político, o problema do Brasil é a pena mínima." A cada três dias que o presidiário trabalha, ele ganha quatro. Se cumprir um sexto da pena, pode ter progressão do regime e isso passa a sensação de impunidade para as famílias das vítimas. Por isso temos visto a sociedade voltar ao estado de barbárie, querendo fazer justiça com as próprias mãos. Mas o Poder Público precisa incentivar empresas que deem emprego ao ex-presidiário, por exemplo", afirmou.

Ainda sobre segurança pública, diz ser contra a liberação das drogas e que os usuários precisam ser olhados como problema de Segurança Pública, em que cabem o tratamento e o entendimento para o usuário e para a família.

Redução da maioridade penal é outro tema que o delegado se colocou contra. Lembra que é cláusula pétrea, que não pode ser modificada, a menos que nova Constituição fosse implantada. "Defendo que é plausível de mudar. É fácil de fazer. É aumentar o prazo de internação".

O período deve mudar, acredita, principalmente para crimes hediondos cometidos por adolescentes. Hoje, ao completar maioridade, adverte, são absolvidos.

A facilitação do porte de arma de fogo, Contarato se disse radicalmente contra. Alega que constitucionalmente qualquer pessoa pode ter arma de fogo, mas concorda que andar com ela na rua continue a ser crime de porte.

"Às vezes, nem os próprios policiais têm a estrutura emocional e o treinamento para andar com arma. O Brasil é um país com conduta de uso de entorpecentes, álcool, as pessoas têm pavio curto, não há controle emocional. Quando vejo defenderem o porte de arma, me parece que querem transferir a responsabilidade do Poder Público para a sociedade. 'Se o Estado não consegue reduzir a criminalidade, vamos diminuir maioridade penal. Se não consegue dar segurança pública, como manda a Constituição, vamos armar a população. Meu Deus, aí é subestimar demais a capacidade intelectual das pessoas".

Questionado sobre saúde e educação, o candidato foi direto ao falar que fica triste com políticos que usam essas demandas como palanque político. "Saúde, Educação, Segurança são garantidos pela Constituição. Isso é mais do mesmo. O que temos que exigir é que os repasses de receita aumentem, nessas áreas. A Educação precisa ser valorizada através do professor, dando dignidade ao trabalho dele. Todos os municípios precisam de creches, para oportunizar às mães o trabalho. A saúde não pode ficar a mercê da dependência de alianças de partidos, de relações de amizades entre políticos. Falta dar vida ao que está na Constituição, para que a população seja resgatada dos problemas sociais", completou.

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