Preguiças gigantes habitaram Cachoeiro - Jornal Fato
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Preguiças gigantes habitaram Cachoeiro


 

Em um passado distante, Cachoeiro de Itapemirim era habitado por preguiças gigantes que chegavam a seis metros de comprimento, além dos temíveis tigres dente de sabre e do mastodonte, um parente do elefante.

 

Essas são conclusões de pesquisadores, baseadas em fósseis encontrados na região. Um deles foi localizado em 1982 na localidade de Alto Moledo, em Itaoca Pedra, por trabalhadores da empresa Marsal.

 

O achado histórico chamou a atenção da advogada e escritora Izabel Lacerda Salviano da Costa, que até pouco tempo antes de sua morte, ocorrida em maio do ano passado, guardava peças do fóssil em uma caixa feita de vidro.

 

Os achados fósseis foram analisados por três pesquisadores: o paleontólogo Fausto Luiz de Souza Cunha, do Museu Nacional, e os professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Sonia Zannoti Xavier e Rosa Maria Senna Melo.

 

O sonho de Izabel, mulher do empresário Marinho Salviano da Costa, um dos fundadores do Hospital Evangélico, também falecido, era que os fósseis pudessem ficar expostos em um museu do mármore, porém seu desejo nunca foi realizado. Ela relata o achado histórico em seu livro "Cachoeiro Suas Pedras Sua História".

 

Além destes, na década de 60, trabalhadores encontraram fósseis de megatérios - preguiças gigantes - e de um mastodonte que, após estudados pela paleontóloga Paula Couto, foram expostos no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

 

Especialistas acreditam que antes do surgimento da mata atlântica, a região Sul era uma savana, assim como no Continente Africano, com presença de animais de grande porte (megafauna) dividindo os espaços.

 

Na avaliação do arqueólogo Celso Perota, a alteração do meio ambiente pode ter sido fator principal à extinção de espécies, como a preguiça gigante. "Com a chegada da floresta, alguns animais diminuíram de tamanho para sobreviver", disse.

 

Para o arqueólogo, os primeiros indígenas chegaram à região por Minas Gerais, provavelmente, atrás desses animais. "O Itapemirim não é um rio piscoso, então tudo leva a crer que eles viviam da caça", destacou.

 

A tese do pesquisador também é reforçada com achados arqueológicos como pontas de flecha encontradas em Cachoeiro, Jerônimo Monteiro e sítios arqueológicos em Ibitirama, Muqui e Mimoso do Sul. 

 

Conheça os animais pré-históricos 

 

Preguiça gigante

O megatério (Eremotherium rusconii), cujo nome significa "Besta Gigante" é uma das grandes preguiças que apareceram há 35 milhões de anos e foram extintas no final do Pleistoceno, há aproximadamente 11 mil anos. Possuía entre cinco a seis metros de comprimento e chegava a pesar até quatro toneladas. 

 

 

Tigre dente-de-sabre

O Smilodon populator é a maior espécie de felino sul-americano. De hábito alimentar carnívoro, seus representantes possuíam dentes caninos superiores bem arqueados e de bordas afiadas, podendo chegar a 30 centímetros. Podia chegar a 2,10 metros de comprimento e mais de 400 quilos, bem maiores e mais robustos do que o leão e o tigre atual.

 

 

Mastodonte

O mastodonte, assim como o mamute, é uma espécie de ancestral do elefante, apresentando semelhanças inclusive no tamanho, podendo variar entre três a quatro metros na idade adulta e pesando cinco toneladas. Eram herbívoros e se alimentavam de brotos, folhas e capim.

 

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