Samarco espera obter em 2019 licenças para voltar a operar

Lideranças industriais do Espírito Santo celebram perspectivas de retomada dasatividades da mineradora

06/10/2018 08:06
Samarco espera obter em 2019 licenças para voltar a operar

O diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, não define data, mas espera obter, ao longo de 2019, as licenças necessárias para viabilizar o retorno das atividades da empresa, paralisadas desde novembro de 2016, após a tragédia com o rompimento das barragens de rejeitos em Mariana ? MG, que causou mortes e contaminou o Rio Doce.

Durante encontro, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), na quinta-feira, Vilela apresentou o status dos processos de licenciamento.?Iniciamos, nesta semana, a implementação do novo sistema de disposição de rejeitos. Este é um passo fundamental para a retomada das operações?, disse ele.

Os processos de licenciamento estão em andamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais.

O presidente do Sistema Findes, Léo de Castro, celebrou as novas perspectivas de retomada das operações da empresa. ?A paralisação da Samarco não trouxe impacto apenas para os 4 mil empregos diretos no Espírito Santo e para o desenvolvimento da Região Sul, mas para toda a cadeia produtiva da indústria?, argumentou.

 Setores como metalurgia e minerais não-metálicos participavam de diferentes etapas da cadeia produtiva, fornecendo insumos e serviços, mas a perda de massa de renda na região ? R$ 283 milhões anuais, segundo estudo da Tendências Consultoria Integrada ? impacta também a construção civil, o comércio e o setor de serviços, enfatiza o presidente da Federação.

?Temos o desafio de fortalecer a indústria de transformação, mas não podemos esquecer da relevância do setor extrativo para a economia. Mesmo com as variações no preço das commodities e a paralisação da Samarco ? uma perda de US$ 766 milhões ?, os minerais metálicos são 26% dos US$ 8 bilhões exportados pelo Estado em 2017?, lembrou Castro.