Obra na Capitão Deslandes divide opiniões

Rua dos Bancos está interditada para obras de revitalização que vão durar três semanas. Comerciantes reclamam

08/01/2019 07:37 / Atualizado em 08/01/2019 08:37
Obra na Capitão Deslandes divide opiniões /Ronaldo Santos

A obra de requalificação da rua Capitão Deslandes, no Centro de Cachoeiro de Itapemirim, mal começou e divide opiniões. De um lado, a Prefeitura acredita que a obra trará mais comodidade à população, uma vez que os blocos de concreto intertravados que serão instalados conseguem absorver a água da chuva e também diminuem o calor em até 5 graus. Do outro lado, comerciantes e pedestres reclamam do incômodo causado pelo barulho e poeira num período do ano quando as vendas são bastante baixas.

Em janeiro de 2017, a BRK Ambiental realizou obra de saneamento na mesma via. ?De acordo com a nossa avaliação, o recapeamento asfáltico não ficou bem feito. Pedimos para ser refeito?, explicou a arquiteta da Prefeitura, Juçara Peixoto. Segundo ela, há projeto grande de revitalização do Centro da cidade, que contempla todo o trajeto que entre a Ponte Municipal e o Teatro Rubem Braga. ?Para não perder tempo refazendo trabalho, vamos fazer já de forma definitiva?, comenta Juçara.

A proposta da PMCI é revitalizar 143 metros da via, também conhecida como Rua dos Bancos, que vai desde a entrada da Ponte de Ferro até o ponto de táxi da praça Guilherme Guimarães (pracinha do táxi). 

De acordo a arquiteta, obra deverá ser realizada em período de três semanas. Primeiramente será a retirada a massa asfáltica e os paralelepípedos e então, a BRK Ambiental vai fazer a base passa assentar os blocos, que ficarão um pouco mais baixos que o nível do passeio. ?O asfalto estava quase no nível do meio fio, o que atrapalhava aos comerciantes. Algumas vezes ocorria de a água da chuva invadir as lojas?, explica a arquiteta.

 

PERÍODO

A prefeitura justifica a escolha do mês de janeiro para a realização desta obra justamente por ser um mês de pouco movimento na rua, já que no período de férias, a população aproveita para viajar. ?A gente sabe que é sempre transtorno, mas se queremos modernizar a cidade, precisamos passar por isso?, pondera Juçara.

Jeane Martins (Foto: Helena Valadão)

Mas para quem transita por ali diariamente, inclusive neste período, o momento não é o melhor. ?Janeiro é tradicionalmente ruim para as vendas. Com obra, fica pior?, garante a gerente de loja Jeane Martins. Segundo ela, a circulação de pessoas na loja, normalmente cai em torno de 50%. Ela calcula que com a obra, pode chegar a 70%.

Gabriela Prado (Foto: Helena Valadão)

?O incômodo é surreal. O barulho e a sujeita são constantes. O meu comércio, que é vestuário, fica bastante prejudicado pois ninguém quer levar para casa roupa suja?, reclama. A vendedora Gabriela Prado concorda. ?A gente fica um pouco preocupada, pois o fluxo já caiu e como o mês já é fraco, as pessoas tendem a vir cada vez menos?.

Jaqueline Gonçalves (Foto: Helena Valadão)

Jaqueline Gonçalves, vendedora, acha que a obra executada é desnecessária. ?Só vai atrapalhar o trânsito e o comércio. Não vai resolver o problema do calor, porque Cachoeiro não refresca?, desconfia.

Mas nem todas as opiniões são contrarias. O taxista Fernando Cesar acredita que será incômodo passageiro, que trará benefícios para a cidade. ?Eu acho que a obra é positiva. Atrapalha um pouquinho mas não tem como deixar de fazer não. É uma coisa importante e bem-vinda. E em janeiro atrapalha menos? comenta.

Fernando Cesar (Foto: Helena Valadão)

Agradando ou não, a obra segue o seu cronograma e a prefeitura espera entregar a Capital Deslandes de volta aos seus usuários já no primeiro dia de fevereiro. Mas a arquiteta Juçara garante: ?quando a obra estiver finalizada, a rua será liberada para a passagem de veículos seja ônibus, carros ou motos, e pedestres, como sempre foi?, tranquiliza.

Sobre o passeio, ela esclarece que eles ainda vão esperar um pouquinho, pois para que as obras tenham início, precisam passar por processo licitatório para fazer de forma total a Capitão Deslandes, que seria desde o entroncamento com Rui Barbosa até a divisa com a Coronel Francisco Braga, próximo à entrada da ponte de ferro. ?Não será agora. Posteriormente, será montada estratégia para haver menor transtorno e prejuízo aos pedestres e comerciantes?, explica.

Resta aguardar.