A ausência de Theodorico Ferraço (PP) no debate promovido pela TV Gazeta na noite do último sábado (28) tornou-se o principal assunto do encontro, que, de fato, trouxe poucos avanços em termos de propostas concretas.
Com ampla vantagem nas pesquisas, Ferraço fez o que muitos em sua posição fariam: não compareceu.
Na lógica eleitoral, assumiu risco calculado. Sabia que, comparecendo ou não, havia algo a perder, e escolheu minimizar danos.
Se tivesse ido, seria alvo dos demais candidatos.
Ao não ir, houve outro tipo de desgaste, reforçando especulações sobre sua capacidade e vigor para governar, algo que os oponentes martelaram ao longo de toda a campanha.
É claro que o eleitor esperava um debate franco de ideias entre os cinco postulantes à Prefeitura de Cachoeiro.
No entanto, com poucos minutos para expor suas propostas ? algumas delas bastante mirabolantes ? o que prevalece são os ataques mútuos, como se pode observar nos cortes compartilhados nas redes sociais.
Ferraço preferiu evitar esse desgaste presencialmente, embora não tenha escapado completamente dos prejuízos de sua ausência ? mal explorada por seus adversários, vale ressaltar.
Ao não participar, renunciou à conquista de eleitores indecisos, mas, considerando sua larga vantagem, priorizou a preservação de votos já consolidados, evitando a possibilidade de uma aparição conturbada como alvo principal dos outros candidatos.
Aos 86 anos, Ferraço carrega a experiência necessária para não repetir erros do passado, o que, é claro, não o exime de novos.
Em 2008, em uma eleição que parecia ganha, seu desempenho ruim em debate a poucos dias da votação contribuiu para a virada que levou Casteglione à vitória.
Dessa vez, Ferraço tenta uma nova abordagem. Evita o embate em que estaria em clara desvantagem, sob a mira dos outros quatro candidatos.
Com a vivência adquirida ao longo de uma vida dedicada à política, Ferraço aposta que a experiência e o diálogo direto com o eleitor serão suficientes para garantir a vitória nas urnas.
Logo saberemos.