Crônica em destaque na terra de Rubem Braga

Academia Cachoeirense de Letras divulga vencedores da edição 2023 de seu tradicional concurso

31/10/2023 10:13
Crônica em destaque na terra de Rubem Braga /Divulgação

Descobrir, incentivar e prestigiar novos talentos do gênero literário. É um dos objetivos do já tradicional Concurso Rubem Braga de Crônicas, organizado pela Academia Cachoeirense de Letras (ACL). 

Todos os anos participam estudantes do 8° e 9° anos do ensino fundamental, e do ensino médio. 

A premiação da edição 2023 está marcada para o dia 22 de novembro, em sessão solene da ACL, no colégio Liceu Muniz Freire. O tema deste ano foi: Rio - espelho da sua cidade.  

Para os cinco primeiros colocados, o prêmio é em dinheiro: primeiro lugar (R$ 1 mil); segundo (R$ 800); terceiro (R$ 500); quarto e quinto lugares (R$ 350). 

Eis a seleção dos principais textos, escolhidos pela banca do VII Concurso Rubem Braga de Crônicas: 

(1º) Um Grande Rio - autora: Ana Luiza Caxeiro Figueira - 9º ano EEEFM Wilson Resende;

 

 

(2º) A Morte na Rua dos Bancos - autor: Pedro Pin - 4º ano Ensino Médio IFES;

 

 

 

(3º) Como Rio, Eu Fui - autora: Julianne Meirelles Teixeira - 3º ano Ensino Médio IFES;

 

 

(4º) Meu Velho Amigo - autora: Amanda Lopes Moulin - 9º ano CIAC Raymundo Andrade;

 

 

 

(5º) Às Margens da Vida - autora: Betina Bernardo Armani - 8º Ano CIAC Raymundo Andrade.

 

 

 

Oportunidade e incentivo 

Para a vencedora, Ana Luiza Caxeiro Figueira, participar do concurso foi uma experiência única e gratificante. ?Eu tive a oportunidade de expor minha paixão, que é a escrita, e também pude compartilhar as minhas memórias e de todos que viveram este momento?, conta.

Ana Luiza revela  que ?quando soube que havia ganhado, meu coração explodiu de alegria. Senti muito orgulho de mim mesma por essa conquista. Fiquei feliz em ter sido reconhecida por fazer algo que eu tanto amo. Fiquei muito grata por ter sido tão motivada a participar por minha família e professora de português, da forma que eu fui?.

Já o segundo colocado, Pedro Pim, revela que, desde pequeno, sempre gostou de escrever. ?De uma forma que impactasse os meus leitores, mas por conta das obrigações do dia a dia eu engavetei esse dom e só usava quando um professor passava a escrita como avaliação?. 

Pedro considera que sua escola, o IFES, ?aprimorou muito minha escrita, depois que entrei no jornal estudantil Distrito 028, e eu vi no concurso de crônicas uma oportunidade de impactar os leitores para um bem muito precioso que temos em Cachoeiro: o Rio Itapemirim?. 

Ele diz que ?gostaria de parabenizar a Academia Cachoeirense de Letras, pela iniciativa, e o meu professor Robertinho (Roberto Carlos Farias de Oliveira), por ter incentivado os alunos do IFES a participar. É muito importante valorizar as crônicas na nossa cidade, visto que é berço de grandes cronistas?.

Classificada em terceiro lugar, Julianne Meirelles Teixeira, também do IFES, conta que sempre gostou muito de ler. Mas o interesse pela crônica surgiu há pouco tempo, quando teve contato com obras de Clarice Lispector e Rubem Braga. 

?Também gosto de escrever às vezes, quando eu tenho uma inspiração. Por isso, veio a ideia de participar do concurso E, apesar do resultado ter sido uma surpresa, eu me sinto muito honrada pela oportunidade concebida pela Academia Cachoeirense de Letras. E agradecida pelo incentivo e apoio proporcionados pelo professor Roberto de Oliveira e pelo IFES?.

Para o professor de Amanda Lopes Moulin e Betina Bernardo Armani (ambas alunas do CIAC Raymundo Andrade - que emplacaram, respectivamente, a quarta e quinta colocação), Mário Ferreira, a escrita desempenha um papel fundamental em nossa sociedade e vida cotidiana de várias maneiras importantes.

 

Miquelina Polonine, Cristiano Bazoni (diretor do CIAC), Amanda Moulin e Mário Ferreira

 

?É a base da literatura, desempenhando um papel central na criação e preservação da cultura e da arte. Em resumo, a escrita desempenha um papel crucial em todos os aspectos de nossa vida, promovendo a comunicação, o aprendizado, a expressão individual e o avanço da sociedade como um todo?. 

Ferreira conclui, louvando a iniciativa da ACL: ?E, em meio a tantos recursos tecnológicos, nós ainda temos um concurso dessa grandeza e ainda sairmos premiados, não tem alegria maior. O CIAC Raymundo Andrade agradece e parabeniza a Academia Cachoeirense de Letras pela iniciativa?. 

Roberto Carlos Farias de Oliveira, professor de língua portuguesa, literatura e artes do IFES campus Cachoeiro de Itapemirim, considera que ?levar  os estudantes a pensar sobre o gênero textual crônica (e seu maior representante, Rubem Braga) e associá-la ao rio que corta a cidade foi muito enriquecedor?. 

E a realização de seleção interna, segundo Roberto Carlos, é importante porque mobiliza professores e estudantes do campus. ?Isso foi gratificante porque também aproximou a escola da Academia Cachoeirense de Letras, num intercâmbio de aprendizados e de valorização daquilo que é nosso?, conclui. 

Professora de língua portuguesa de Ana Luiza na EEEFM Wilson Resende, Hellen Rosa Francischetto avalia que o VII Concurso Rubem Braga de Crônicas trouxe repercussão para a escola.

?Ana, uma aluna excelente, mostrou a capacidade que os alunos de escola pública possuem. Além disso, deu forças a todos aqueles que antes achavam que não eram capazes. Vale ressaltar ainda que o concurso trouxe para a Wilson Resende, além de orgulho, representatividade. Afinal, deixa evidente o lugar ocupado das escolas públicas estaduais?, aponta Hellen Rosa.   

ACL empossa 

novos membros  

Não apenas o concurso de crônicas vai ter destaque no próximo dia 22 de novembro. Na sessão solene, a presidente da Academia Cachoeirense de Letras, Marilene Depes, empossa três novos acadêmicos. 

 

 

Trata-se do padre José Carlos Ferreira da Silva e das professoras Olivia Batista de Avelar e Maikely Teixeira Colombini (acima, em sentido horário).

 

 

por Marcos Leão