Bienal Rubem Braga vai homenagear amigos célebres do cronista - Jornal Fato
Cultura

Bienal Rubem Braga vai homenagear amigos célebres do cronista

Vinícius de Moraes, Cândido Portinari e Sérgio Buarque de Holanda são os homenageados


Um deles é Vinícius de Moraes, que seria autor do apelido Capital Secreta do Mundo dado a Cachoeiro

A 7ª Bienal Rubem Braga vai homenagear três dos mais célebres amigos do cronista cachoeirense que dá nome à feira literária: Vinícius de Moraes, Cândido Portinari e Sérgio Buarque de Holanda. Figurando entre os maiores expoentes da cultura nacional no século XX, eles serão lembrados por suas obras e contribuições intelectuais durante a programação do evento, que será realizado de 15 a 20 de maio, na Praça de Fátima, em Cachoeiro.

Mesas-redondas com a participação de escritores e intelectuais de renome terão como foco de reflexão o legado desses mestres. No dia 16, haverá a mesa Vinícius de Moraes "Se todos fossem iguais a você - o entusiasmo criador", que versará sobre a inspiração para a criação da arte e das ações humanas. O debate contará com a presença de Moisés Liporage (RJ), José Castello (RJ) e Tom Farias (RJ), três profissionais da escrita que transitam por variados gêneros e formatos, tanto ficcionais quanto não-ficcionais - assim como o próprio Vinicius, que teve ao longo de sua trajetória intelectual trabalhos como poeta, dramaturgo, jornalista, cantor e compositor.

No dia 17, será a vez da mesa Sérgio Buarque de Holanda "Raízes do Brasil - influência na formação da sociedade cultural brasileira", com os escritores indígenas Daniel Munduruku (PA) e Cristino Wapichana (RR) e a cantora, compositora e ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda (SP), filha do homenageado. O mote principal do debate será o clássico ensaio "Raízes do Brasil", lançado por Sérgio Buarque em 1936, tornando-se referência obrigatória nos estudos sobre cultura e sociedade brasileira.

E no dia 18, ocorrerá a mesa Cândido Portinari "Guerra e Paz - Consciência Social", com participação da artista, escritora e ilustradora Graça Lima (RJ), do cartunista e ilustrador Junião (SP) e da escritora Sara Lovatti (ES). O título do debate faz menção aos dois painéis clássicos "Guerra e Paz", pintados por Portinari e expostos na Organização das Nações Unidas (ONU), bem como a relação entre arte e consciência social presente na obra do pintor.

Como preparação à bienal, professores de escolas municipais estão apresentando os nomes dos homenageados aos alunos, com propostas pedagógicas e sequências didáticas direcionadas ao evento.

"Encontramos uma oportunidade de homenagear esses grandes artistas e pensadores, amigos íntimos de Rubem Braga, permitindo que as novas gerações possam conversar também com as obras deles. Dessa forma, incentivamos as pessoas a conhecer, cada vez mais, a contribuição deles para a cultural nacional", avalia o subsecretário de Cultura e curador do evento, Lucimar Costa.

 Artistas capixabas homenageados

Três artistas de Cachoeiro terão seus nomes dados a espaços da bienal, como forma de homenagear suas contribuições culturais ao município e ao país. Assim, as mesas de debate e conferência de abertura serão realizadas no auditório Marco Antonio de Carvalho, uma referência ao jornalista e autor da principal biografia de Rubem Braga. Já lançamentos de livros e palestras curtas acontecerão no auditório Newton Braga, nome de um dos irmãos de Rubem e uma das principais personalidades da história de Cachoeiro. E os shows musicais acontecerão no palco Sérgio Sampaio, homenageando o cultuado cantor e compositor nascido na cidade.

 Shows, mesas redondas e oficinas

As inscrições para as atividades da Bienal Rubem Braga de 2018 já estão abertas no site bienalrubembraga.cachoeiro.es.gov.br. Há oportunidades para participar de oficinas e mesas de debate gratuitamente, trocando experiências e informações com profissionais da área de cultura de dentro e de fora do estado. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.

Confira quem são os homenageados da 7ª Bienal Rubem Braga:

Vinícius de Moraes (1913-1980) - Poeta, jornalista, dramaturgo, diplomata, cantor e compositor, foi um dos maiores intelectuais brasileiros do século passado, tendo contribuído principalmente para a literatura e Música Popular Brasileira (MPB). Pelo caráter lírico e sensível de sua obra, ficou reconhecido nacionalmente pelo apelido a ele conferido pelo compositor e amigo Tom Jobim - "Poetinha". Contribuiu, como compositor, para a Bossa Nova, o que o lançou seu nome internacionalmente por conta da qualidade sonora e poética do movimento. É atribuída a Vinícius a origem do apelido "Capital Secreta do Mundo", dado a Cachoeiro.

Cândido Portinari (1903-1962) - Foi um dos grandes nomes das artes plásticas brasileiras, pelo seu importante legado modernista. Sua obra aborda uma temática muito voltada às questões nacionais, ao trabalhador e paisagens brasileiros, tornando-se o pintor mais prestigiado do país durante o século passado. Entre suas principais contribuições estão "O lavrador de café", "Mestiço" e "Guerra e Paz", painéis doados à Organização das Nações Unidas (ONU), em 1956.

Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) - Historiador, crítico literário e jornalista, soma entre seus principais méritos a autoria do livro "Raízes do Brasil", que aborda aspectos da cultura e história brasileiras. Morou em Cachoeiro de Itapemirim, no ano de 1926, quando passou a dirigir o jornal "O progresso", mas retornou ao Rio de Janeiro no ano seguinte. É pai dos músicos Chico Buarque, Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina Buarque. 

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