Nos últimos dias temos recebido uma avalanche de mensagens no facebook, e-mails, whatsApp, todas de conotação apavorante e terrorista. Elas chegam através de grupos de amigos, manifestos, mensagens de voz - as mais apavorantes devido ao tom de voz do suposto desesperado ou salvador da humanidade. Entre todas cito uma que me assustou, numa noite que eu precisava participar de um encontro. A mensagem informava que uma quadrilha do Rio se instalara aqui e que assaltava só mulheres, que os meliantes encostavam motos nos carros, nos semáforos, e que levavam os carros. Até comunicavam os locais onde os assaltos estavam acontecendo e nomes de pessoas assaltadas. Saí preocupada e assim fiquei até o dia seguinte, quando um amigo da Polícia Militar desmentiu tudo.

 

Outros exemplos chegam a ser ridículos: que uma quadrilha está colocando adesivos nas casas orientando os locais em condição de assalto; que as senhas dos cartões estão sendo clonados até por telepatia; que tintura de cabelo está causando câncer; que o batom de longa duração idem; que as frutas estão contaminadas e o processo para descontaminar é tão complicado que não se consegue mais consumi-las; que as latas de cerveja e refrigerantes estão com uma terrível bactéria nos lacres, o mesmo acontecendo com todos os enlatados, causando até morte instantânea; que uma fulana foi comer churrasco e sofreu AVC e agora o mais tenebroso: que os macacos estão transmitindo uma doença mortal, a leptospirose, e que já há uma pandemia, e os comunicados são de zootecnistas avisando para não ir a locais onde tenham macacos. Outros mais: para não usar inseticida na cozinha com o gás ligado porque causa uma terrível explosão; para não clicar no currículo do juiz Sérgio Moro senão estaremos assinando o pedido de destituição dele; que se clicarmos num certo site todos os arquivos do computador serão apagados; que jovens e crianças estão desaparecendo e pais desesperados passam mensagens chorando e pedindo ajuda - será que o local correto não é na polícia?  É muita desgraça que propagam, a internet se compara a um campo de guerra. Não repassem mais nenhuma catástrofe para mim, por favor. Prefiro ser assaltada, envenenada, queimada, adquirir leptospirose, septicemia, mas não quero viver sob o domínio do terror cibernético. E se ao atender o pedido para atualizar o whatsApp, posso ter tudo apagado em caráter definitivo, acho que vou clicar...