Ser ou não ser.... - Jornal Fato
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Ser ou não ser....


O conhecimento humanista produz ideias. As ideias produzem sonhos. Os sonhos transformam a sociedade...(Augusto Cury)

 

Em dias em que o ódio discursa em meio à humanidade, ser humano incomoda.

 

E o que nos faz humanos?

 

Segundo a filosofia grega, o SER não é apenas uma composição de átomos,água,fogo, apeirón: é essência e existência!

 

O ser humano constrói-se por meio de ações ,atos, e até omissões dentre de um contexto histórico narrado de textos variados em diversos lugares da Terra a partir do conhecimento adquirido, seja este empírico, racional, social, cultural, religioso.

 

De acordo com um certo Buarque , o tal de Aurélio , Humanismo é o movimento intelectual difundido na Europa durante a Renascença e inspirado na civilização greco-romana, que valorizava um saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver potencialidades.

 

Ser Humanista em tempos de divisão ideológica é estar além da Direita e da Esquerda; de Coxinhas e Mortadelas; de Lulas e Bolsonaros.

 

E não é ser centro, ou isento do debate, ser humanista é ser Centrado!

 

Humanismo é uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade.

 

O pensamento humanista não quer um mundo uniforme, e sim um mundo múltiplo em etnias, línguas e costumes; múltiplo nas crenças, no  teísmo ou ateísmo, na não-violência ativa como meio de atuação no mundo. O fundador desta vertente , Mario Rodrigues Luis Cobos diz: "Nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo de outro".

 

Os direitos humanos(hoje reduzido a falácias e interpretações particulares e desumanizadas) são trinta artigos que representam a universalidade do legado HOMEM, e não é um mero escudo de bandidos, ou o esterco da sociedade; é o espectro racional da dignidade de homens e mulheres, independende de sexo,gênero,cor,religião,etnia ou classe social . Julgar estes direitos como  mera defesa da marginalidade, é reduzir as vitórias do ser humano contra a tortura, o estupro, a escravidão e outras doenças sociais provocadas pelo mesmo ser "homem".

 

A racionalidade superou o mito e trouxe ao homem a capacidade de ser, e mostrou que mitos aparecem sempre em momentos da crise desta racionalidade, ou seja, a partir da crise humanista.

 

Querer que um super herói de Nietzche , da Marvel , ou de um partido político  resolva os problemas do homem é exatamente regredir aos estágios da "desumanização  irracional" , da barbárie ou simplesmente da falta de educação e respeito com o outro.

 

Segundo Rousseau , filósofo liberal do século XVIII , " razão forma o ser humano, o sentimento o conduz".

 

Portanto, o verbo humanizar é uma lei natural que promove a socialização dos seres e deveria estar além dos discursos de ódio, das penas de morte, das armas de fogo, da violência gratuita.

 

Humanizar o  raciocínio  nos faz enxergar que "mimimi" foi uma criação desta irracionalidade para minimizar as dores do outro homem que precisa de equidade.

 

O Ser humano é o centro de qualquer debate , e já mostrou em seu longo percurso que os extremos não resolveram os problemas criados pela ausência de humanidade , ao contrário, dividiram o mundo , criando cada vez mais muros, armas e presídios, onde deveriam ser construídos caminhos, pontes e escolas.

 

Ser ou não ser humano pra vencer os monstros travestidos de mitos?

 

Eis a questão!

 

Diogo Pereira Lube é professor de Ciências Humanas e membro do PHD.

 

 

 

 

 


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