Resistir. Resistir as pressões. Resistir na tristeza. Resistir quando tudo estiver calmo. Talvez essa seja a palavra que mais deva ser praticada nos dias atuais. Um casal que se ama deve resistir nos tempos de crise para não deixar seu casamento ir embora. Amigos que não se veem devem resistir à distância para não abalar a amizade. O funcionário deve resistir às ordens do patrão para não ser mandado embora. E é assim com essa própria resistência que as pessoas vão criando o seu próprio enfrentamento.

 

Tudo é muito complexo e meio bobo. Por qualquer motivo se cria ou se desfaz ligações. As tarefas do dia a dia não deixam que um bom dia ou boa tarde prevaleça e modifique o pôr do sol. É necessário ser muitas coisas, pensar de tal forma, agir como manda o tributo. Mas resistir a tudo isso é para poucos. Uma pessoa que decide fazer uma dieta deve resistir às guloseimas isso é o que manda o ditado. 

 

Em uma das manhãs quente do outono ele encontrou um lugar para se sentar na praça da cidade, não havia flores, nem muitas pessoas, ou qualquer outro artificio que lhe fosse agradável àquela visão. Deparou-se somente com o silêncio, ele não quis saber se havia algum movimento na rua. Ele somente parou para refletir o seu silêncio e compreender a dimensão que isso lhe provocava.

 

Antes de deixar a praça, o homem tinha um papel em sua mão, onde escreveu algo e saiu. O vento levou o papel para longe chegando até as minhas mãos, eu o peguei e li, nele constava:"eu sempre fui um homem cercado de amigos, mas hoje, sai de minha casa com intuito de ver as pessoas pela manhã na correia para ir ao trabalho, somente observa-las e nada mais, porém em um súbito momento me encontrei em um vazio, um silêncio profundo. Mas não se apavore, isso faz parte para quem vive de correria e não se esqueça do mais importante, independentemente de qualquer coisa, persista, pois, o sol sempre volta ao amanhecer". Sai e deixei que o vento levasse o papel para outra pessoa que o quisesse.